quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Índios e garimpeiros de Rondônia interrompem obras de Jirau

Após atear fogo em pneus e usar caminhões para fechar o principal acesso às obras da Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, cerca de 300 garimpeiros, índios, ribeirinhos e representantes de comunidades quilombolas conseguiram interromper a construção na madrugada desta quarta-feira. Também interditaram por algumas horas a BR-364, principal rodovia de Rondônia e único acesso terrestre ao Acre. A hidrelétrica está sendo construída próximo à BR-364, a 130 quilômetros de Porto Velho, e depois de pronta vai gerar 3.300 megawatts. A obra é executada pelo consórcio Energia Sustentável do Brasil. De acordo com os moradores da região, as empresas estariam pagando de R$ 300,00 a R$ 1 mil por hectare. Cerca de 120 quilômetros rio abaixo, um outro consórcio constrói a hidrelétrica de Santo Antônio e paga R$ 3.800,00 pelo hectare desapropriado. O presidente da Federação Nacional dos Garimpeiros, José Alves da Silva, disse que a "economia" que está sendo feita no pagamento das indenizações pela área atingida por Jirau está sendo usada na campanha da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, e para eleger aliados dela em Rondônia. Outra denúncia é a de favorecimento na distribuição de terrenos na vila Nova Mutum Paraná, construída a 10 quilômetros do local interditado. O local deveria abrigar moradores de Mutum Paraná, distrito de Porto Velho, que ficará embaixo d''água quando a hidrelétrica começar a funcionar. Um terreno que deveria ser entregue a um comerciante local teria sido dado ao vice-prefeito de Porto Velho, Emerson Castro (PMDB), aliado de Dilma Rousseff, que construiu lá uma choperia.

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