quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Fiesp acusa, País vive processo de desindustrialização e de risco evidente

Devido ao forte crescimento das importações, devido à valorização do real, o Brasil passa por um processo de desindustrialização, alerta a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Em setembro, o INA (Indicador de Nível de Atividade) registrou leve queda de 0,1% ante agosto, na série com ajuste sazonal. Sem a correção, a queda foi de 0,4%. "O País vive um processo de perda relativa da indústria na formação do PIB e na geração de emprego", avalia o diretor do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) da Fiesp, Paulo Francini. "A questão que se levanta é a respeito do futuro, do que ocorrerá daqui para frente", comenta Francini. Segundo ele, a participação da indústria de transformação, que chegou a 27% do PIB, hoje está em 15%. "Isso não ocorreu em um ano, foi um processo. O que estamos discutindo agora é para onde vão esses 15%. Nós corremos o risco de que esse número chegue a 13%, 12% até 10%", alertou. O diretor do Depecon afirma ainda que o crescimento da indústria deverá ficar entre 10% e 11% neste ano, mas que o resultado deveria ser superior: "Se analisarmos o crescimento da demanda e o da produção da indústria doméstica, veremos que a taxa de crescimento da demanda é superior à da atividade industrial. Portanto, se há demanda para ser atendida, isso está ocorrendo por meio de importações". Para ele, a indústria tem capacidade para produzir mais e está "folgada": "Eu não me lembro, em tempo recente, de que nós tenhamos tido uma situação de risco tão evidente em relação à progressão dessa batalha da competitividade da indústria doméstica e da mundial". De acordo com o especialista, colaboram para o grande impulso das importações a forte demanda doméstica e a taxa de câmbio. Outro fator apontado é a busca de outros países por locais aonde há demanda e que estejam foram da crise vivida por países da Europa e dos Estados Unidos.

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