terça-feira, 21 de setembro de 2010

Vaticano diz estar "perplexo e assombrado" por denúncias contra seu banco

Em reação às denúncias da Justiça italiana de omissões de dados e lavagem de dinheiro pelo Banco do Vaticano, a Santa Sé indicou estar "perplexa e assombrada" pelas investigações abertas contra o diretor da entidade, Ettore Gotti Tedeschi, e assegurou a "plena transparência" de suas transações financeiras. Por meio de um comunicado da Secretaria de Estado, o Vaticano reiterou a "clara vontade" que existe por parte de seu banco, conhecido como Instituto para as Obras da Religião (IOR), de ser transparente no que diz respeito às suas operações e confirmou sua "máxima confiança" em Tedeschi. O comunicado da Santa Sé chega depois de a Promotoria de Roma apreender 23 milhões de euros (R$ 52 milhões) em contas anônimas cujos dados de identificação são agora solicitados pela Itália. A Justiça questiona duas operações bancárias que previam a transferência de 20 milhões de euros ao banco de negócios JP Morgan, em Frankfurt (Alemanha), e de outras três entidades à Banca del Fucino, pelas quais, segundo os investigadores, não foi divulgada a informação necessária imposta pela normativa contra a lavagem de capitais. Agentes da polícia tributária determinaram o sequestro preventivo dessa quantia depositada numa conta do banco Credito Artigiano Spa, a pedido de um tribunal de Roma que investiga a omissão por parte do IOR de dados obrigatórios quanto à identidade das pessoas efetuando transações financeiras. A Itália suspeita que o Banco do Vaticano administre através de contas anônimas, identificadas apenas com a sigla IOR, importantes somas de dinheiro de procedência obscura. Esta é a primeira vez que uma iniciativa do gênero é executada contra o IOR na Itália. O Instituto esteve envolvido em um escândalo político-financeiro nos anos 80, pela falência, em 1982, do Banco Ambrosiano (do qual o Vaticano era um acionista importante) pelo peso de uma dívida de 3,5 bilhões de dólares e um buraco fiscal de 1,4 bilhão de dólares. A maçonaria italiana (Loja P2) estava envolvida. Também a máfia já apareceu envolvida com o banco do Vaticano, no filme "O Poderoso Chefão".

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