domingo, 19 de setembro de 2010

Filho de Erenice nomeou amigos para a Casa Civil

O filho de Erenice Guerra, que perdeu o cargo após acusações de tráfico de influência, levou amigos para trabalhar na Casa Civil quando o ministério era comandado por Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência. Israel Guerra e dois amigos são apontados por empresários como o “grupo do lobby” que usava uma empresa privada para intermediar reuniões, viabilizar projetos e liberar recursos no governo. Israel, Stevan Kanezevic, Vinícius Castro e Marcelo Moreto trabalharam juntos na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Em seguida, os três amigos do filho de Erenice foram nomeados para ocupar cargos na Casa Civil sob o comando de Dilma Rousseff, quando Erenice, seu braço direito e depois sucessora, era secretária-executiva da pasta. Vinícius foi nomeado assessor de Erenice Guerra. Stevan é cedido para o Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia), subordinado à Casa Civil. Um ano antes, Moreto já havia trocado a agência pelo cargo de assessor técnico do Sipam. Tão logo Vinícius e Stevan saíram da Anac, foi aberta em Brasília a Capital Consultoria, que começou as atividades em 6 de julho de 2009. Trata-se da firma que tem Vinícius e Israel como sócios ocultos e que foi usada para ajudar uma empresa do setor aéreo a conseguir autorização da Anac e fechar contrato com os Correios, primeiro negócio a lançar suspeitas de tráfico de influência. Stevan é citado pelos consultores Fábio Baracat e Rubnei Quícoli como um dos mais atuantes nas promessas de abrir portas. Estava sempre presente nas reuniões com Vinícius e Israel. Tio de Vinícius, o ex-diretor dos Correios, Marco Antonio de Oliveira, afirmou que o filho de Erenice fazia nomeações na Casa Civil. Ele confirma que o próprio sobrinho foi um dos indicados de Israel. “Eles se conheceram na Anac e, na saída da Anac, o Vinícius recebeu o convite do Israel para trabalhar na Casa Civil”, disse. Oliveira reclama que a irmã foi usada como laranja. No papel, uma das sócias da Capital é a mãe de Vinícius, Sônia Elizabeth Oliveira Castro, que sobrevive vendendo queijo no interior de Minas Gerais. “Criaram uma empresa para fazer consultoria geral. Ele não poderia aparecer porque era do governo. Por isso botou minha irmã. Acho uma coisa deplorável”, disse. Segundo relato de Vinícius ao tio, a Capital resolveu um problema da empresa MTA (Master Top Airlines) na Anac, que renovou o contrato com a companhia cargueira, ampliando o prazo de três para dez anos mesmo com parecer técnico contrário da agência: “Era esse o perfil deles, vinham da Anac".

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