quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Filha de Serra afirma que sua assinatura foi falsificada e a Receita Federal aceitou

A empresária Verônica Serra, filha do candidato a presidente José Serra (PSDB), não reconhece a assinatura atribuída a ela em um documento usado para quebrar seu sigilo fiscal na delegacia da Receita Federal de Santo André (SP). Verônica considerou a assinatura no documento uma cópia grosseira da sua. A analista tributária Lúcia de Fátima Milan admitiu ter acessado a declaração de renda, mas "a pedido da própria Verônica e com uma procuração registrada em cartório". Ao analisar o documento, Verônica Serra constatou que não era sua a assinatura. A procuração com a assinatura "falsificada" deu autoridade a Antonio Carlos Atella Ferreira para pedir a cópia das declarações de Verônica de 2008 e 2009. Antonio Carlos teve quatro CPFs cancelados por multiplicidade nos últimos anos. Os CPFs haviam sido emitidos em Estados diferentes. Além de dois em São Paulo, tinha um em Rondônia e outro no Paraná. Antonio Carlos também tem 27 cheques sem fundo registrados e dois protestos em cartório contra ele. De acordo com investigadores, são indícios característicos de um estelionatário. Impressionante como as fontes governamentais petistas logo encontraram um estelionatário para aparecer no primeiro plano desta violação de sigilo fiscal. Outras quatro pessoas ligadas a Serra tiveram seus sigilos violados na região, entre eles o vice-presidente do partido, Eduardo Jorge Caldas Pereira. A coisa mais manjada que existe no Brasil é esta possibilidade de obtenção ilegal de sigilos fiscais. Em Porto Alegre existe um notório estelionatário, que apóia financeiramente campanhas de parlamentares do PMDB e do PT, e se apresenta como lobista, o qual afirma que obtém com a maior facilidade essas quebras de sigilo, utilizando papel timbrado da Justiça Federal e falsificando a assinatura de um juiz federal. Esse estelionatário, que tem uma longa ficha de ocorrências de estelionato, afirma que trabalha em investigações sigilosas para um juiz de Direito. Ele também usa essas informações para formar dossiês contra supostos inimigos de seus contratantes no meio político e também empresarial. Portanto, a afirmação dos dirigentes públicos, da Receita e do PT, são da maior ingenuidade. Fazer crer que é verdadeira a versão de um estelionatário foi o autor da ação é uma brincadeira. José Serra classificou de ato criminoso o acesso aos dados fiscais da sua filha: "Se eles fazem isso na campanha eleitoral da Dilma, imagine se ganharem a eleição". Serra também chamou de mentirosa a informação da Receita Federal de que o acesso aos dados fiscais feito a pedido de Verônica para Lúcia de Fátima. "São profissionais da mentira", disse Serra. Dilma Rousseff está evitando a imprensa para não ter que responder a perguntas sobre o caso. Já a candidata Marina Silva (PV) condenou o vazamento e disse que a Receita Federal vive uma situação de descontrole. Ela cobrou uma explicação pública do ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre o assunto.

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