sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Piloto que lançou bomba em Hiroshima há 65 anos diz que não se arrepende

O capitão Theodore Van Kirk, tripulante do avião que lançou a bomba atômica sobre Hiroshima há 65 anos, se sente orgulhoso da missão, mas acha que esse tipo de arma não deveria voltar a ser usada nunca mais. Em entrevista por telefone à rádio colombiana "La W", Van Kirk foi perguntado se estava orgulhoso de ter cumprido com a missão encomendada a ele e aos outros dois tripulantes do avião Enola Gay, já falecidos. Ele respondeu: "Absolutamente. Pusemos fim à guerra e salvamos muitas vidas", disse Van Kirk, aos 90 anos. Em nenhum momento da entrevista ele mostrou arrependimento ou pesar pelo acontecido em Hiroshima naquele 6 de agosto de 1945. Cerca de 80 mil pessoas morreram imediatamente, e ao final de 1945 os mortos chegavam a 140 mil. Foi ainda maior o número de vítimas da radiação nos anos posteriores. O capitão, que deixou a vida pública e o golfe, seu esporte favorito, devido à idade, justificou o lançamento da bomba sobre Hiroshima com a necessidade de pôr fim ao derramamento de sangue, dado que o Japão se negava a aceitar a rendição incondicional oferecida pelos Estados Unidos. "Cada dia morriam 5.000 pessoas" naquela guerra, disse ele, alegando que se a bomba não tivesse sido lançada e se os Estados Unidos não tivessem invadido o Japão, o número de vítimas da guerra continuaria crescendo e superaria os mortos causados diretamente pela bomba. Van Kirk disse que ele e seus companheiros do Enola Gay sabiam, desde o dia anterior à missão, que tipo de armamento levavam e, como não podiam dormir, passaram a noite jogando pôquer.

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