quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Pedro Simon nega que PMDB gaúcho "era todo Serra" e escancara preferência pelo petismo

Na manhã desta quinta-feira, após coordenar reuniões com representantes do diretório peemedebista no Rio Grande do Sul, o presidente do partido no Estado, senador Pedro Simon, disse que o PMDB local "não é todo Serra", ao contrário do que afirmavam vários parlamentares. "O certo é que aquilo que os deputados falavam, que no Rio Grande do Sul o PMDB era todo Serra, não era verdade", admitiu o senador. O partido, que havia tirado a posição oficial de neutralidade quanto à disputa presidencial no final de junho, anunciou que existe agora uma "liberação" dos filiados. O PMDB gaúcho tentou de todas as formas ficar independente em relação à disputa presidencial, mas não consegue mais segurar o processo interno para que tome uma posição. As reuniões de Simon pela manhã objetivavam manter o controle sobre a agenda que, na próxima quarta-feira, o presidente nacional do PMDB e candidato a vice de Dilma Rousseff (PT), deputado federal Michel Temer, vai ter no Estado. Ao final dos encontros, porém, Simon teve a confirmação de que o presidente Lula e Dilma também estarão no Rio Grande do Sul no dia 2. Foi o que bastava para que começassem a ocorrer novas articulações. Parte do partido defende que a viagem de Temer seja novamente adiada, de forma que ele não fique "ofuscado" pela presença de Lula e Dilma e também para impedir que o PT gaúcho capitalize a presença do próprio vice. Na tarde desta quinta integrantes do PMDB gaúcho conversam com o deputado para avaliar qual a melhor opção. Outra parte do partido acredita que Temer tinha conhecimento de que Dilma e Lula estariam no Estado no dia 2 e, por isso, aceitou tão prontamente a primeira alteração da viagem (inicialmente ele deveria se encontrar com prefeitos do PMDB gaúcho no dia 25, data que foi adiada após intervenção de Simon no processo). A viagem de Lula e Dilma no dia 2 só fez aumentar as divergências dentro do PMDB gaúcho. Parte dos prefeitos que organizam o "Movimento dos Gestores do PMDB Pró-Dilma e Michel" reclama de ter sido informada da reunião do diretório pelos jornais. E critica a posição da direção estadual. "Na verdade o PT vai tentar capitalizar tudo para o Tarso. O PT teve uma sensibilidade para ler um cenário que o PMDB não teve", resume o prefeito da cidade de Quaraí (na Fronteira-Oeste do Estado), João Carlos Gediel. Ele é um dos organizadores do movimento dos prefeitos a favor da chapa Dilma/Temer. O certo é o seguinte: nos últimos 30 anos, Pedro Simon sempre teve uma especial admiração pelo PT, e sempre manteve um contato muito direto e íntimo com o candidato petista ao governo do Estado, Tarso Genro.

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