quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Fiscais apontam irregularidades em fazendas do presidente da Nestlé

Fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego e procuradores do Ministério Público do Trabalho divulgaram nesta quarta-feira que flagraram, no interior de São Paulo, em duas fazendas do empresário Ivan Zurita, presidente da Nestlé do Brasil, dezenas de trabalhadores sem registro em carteira colhendo laranjas. Na fazenda Campo Alegre, que pertence ao empresário e fica em Aguaí (a 193 quilômetros de São Paulo), foram encontradas 60 pessoas sem registro em carteira colhendo laranjas. Ainda de acordo com os órgãos, os trabalhadores também não tinham água potável disponível nem sanitários. Segundo o Ministério Público do Trabalho da 15ª Região, em Campinas, um funcionário dessa fazenda tentou retirar os trabalhadores do local. A operação de fiscalização teve apoio da Polícia Federal e da Polícia Militar. Os fiscais também constataram falta de locais apropriados para as refeições, falta de equipamentos de proteção e ônibus sem condição de tráfego. A colheita de laranja foi interditada na fazenda, segundo o Ministério Público do Trabalho. Uma outra propriedade de Zurita também foi fiscalizada em Araras (fazenda Santa Cruz). As duas propriedades pertencem à empresa Agrozurita. Na fazenda de Araras também foram constatadas irregularidades no ambiente de trabalho, como falta de equipamentos adequados e de sanitários. O Ministério Público do Trabalho disse também que constatou fraude na remuneração de alguns trabalhadores na fazenda Campo Alegre, em Aguaí. "No lugar do peso real do saco de laranjas, equivalente a 27 quilos, a fazenda pagava o salário por produção sobre o peso de 34 quilos, fazendo com que os colhedores recebessem menos pelo que trabalhavam", informou em nota o Ministério Público do Trabalho. Agora, os fiscais do Ministério do Trabalho vão analisar as documentações para definir, nos próximos dias, quais multas serão aplicadas. Já os procuradores do Ministério Público do Trabalho devem realizar audiência nos próximos dias com os responsáveis pelas fazendas na tentativa de fazer um TAC (Termo de Ajuste de Conduta). Será dado um prazo para que as irregularidades sejam corrigidas. Esse empresário deve ter se esquecido de contribuir para as campanhas petralhas.

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