sábado, 7 de agosto de 2010

FBI afirma que saudita que viveu nos Estados Unidos é novo líder da Al Qaeda

A rede terrorista Al Qaeda tem um novo chefe de operações e, para extra preocupação dos americanos, ele conhece muito bem os Estados Unidos. O saudita Adnan Shukrijumah (na foto), de 35 anos, viveu 15 anos no país antes de se tornar o chefe de operações da Al Qaeda, afirmou nesta sexta-feira o FBI. É a primeira vez que a rede tem um líder que conhece tão bem o solo e os costumes americanos, o que o tornaria mais eficiente em identificar vulnerabilidades na segurança e como causar maior impacto com ataques menores em alvos mais sensíveis. A mãe dele, Zurah Adbu Ahmed, que ainda mora em um subúrbio na Flórida, negou que seu filho seja o novo chefão dos terroristas e alertou que ele é apenas usado como bode expiatório. O agente especial Brian LeBlanc afirmou que o fato dele ter morado no país alvo da guerra santa declarada pela rede terrorista o torna uma ameaça especialmente perigosa. Nascido na Arábia Saudita, Shukrijumah morou em Nova York e depois seguiu para um subúrbio no sul da Flórida, em 1995, quando seu pai, um clérigo muçulmano e missionário treinado na Arábia Saudita, decidiu assumir um posto na mesquita local. Na cidade, ele viveu com cinco parentes e estudou ciência da computação e química. Em algum ponto no fim dos anos 90, segundo o FBI, Shukrijumah ficou convencido de que precisaria participar da guerra santa para combater a perseguição contra os muçulmanos em locais como Tchetchênia e Bósnia. Ele então foi para os acampamentos da Al Qaeda no Afeganistão, onde aprendeu a usar armas automáticas, explosivos, além de táticas de batalha, vigilância e camuflagem. Foi no Afeganistão que ele conheceu outro jovem recruta Jose Padilla, cidadão americano suspeito de planejar um ataque com bomba radioativa. Ele está preso desde 2007 em Miami, por apoio material ao terrorismo. Segundo descobertas nos interrogatórios de Padilla e outros detentos da Al Qaeda, Shukrijumah e Padilla teriam planejado juntos como encher apartamentos com gás natural em vários prédios de apartamentos para detoná-los. A sorte, afirma LeBlanc, é que eles não se davam bem e não conseguiam trabalhar juntos. Shukrijumah e dois outros líderes fariam parte de um "conselho de operações externas" que planeja e aprova atentados terroristas e recruta agentes. Segundo LeBlanc, Shukrijumah foi quem convenceu Najibullah Zazi e Zarein Ahmedzay, detidos por planejar atentados contra o metrô de Nova York, a voltar aos Estados Unidos para realizar o ataque. Ele foi indiciado como conspirador nos planos de ataque, a primeira acusação formal contra um homem procurado até então apenas como testemunha. Ele também é suspeito de participação no planejamento dos ataques a bomba na Noruega e dos planos de atacar os metrôs de Londres. O saudita teria ainda percorrido os Estados Unidos de trem pouco antes dos ataque de 11 de setembro de 2001 e pouco depois visitou o Canal do Panamá, para um plano nunca executado de interromper o comércio no local explodindo um dos barcos. Shukrijumah foi rotulado de "claro e presente perigo" aos Estados Unidos em 2004, pelo então secretário de Justiça, John Ashcroft. Seus colegas de conselho foram mortos por ataques de aviões não tripulados dos Estados Unidos. Sem concorrência, ele assumiu a posição deixada pelo seu ex-chefe e cérebro dos ataques de 11 de Setembro, Khalid Sheikh Mohammed, capturado em 2003. Desde então, afirma o agente do FBI, teria contato direto com Osama bin Laden. "Ele está pensando em como atacar os EUA e outros países ocidentais", disse LeBlanc. O FBI procura por Shukrijumah desde 2003. Ele é considerado o único líder da Al Qaeda que um dia teve visto de permanência nos Estados Unidos.

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