quarta-feira, 14 de julho de 2010

Polícia Federal vai atuar na identificação de restos mortais de desaparecidos na ditadura

Em um dos últimos esforços do governo Lula para tentar identificar restos mortais de desaparecidos da ditadura militar (1964-85), foi assinado nesta terça-feira um convênio para que a Polícia Federal atue na análise de ossadas de militantes mortos no período. O Instituto Nacional de Criminalística, da Polícia Federal, será responsável por exames de odontologia, medicina legal e testes de DNA. O trabalho será coordenado pela Secretaria de Direitos Humanos, órgão da Presidência da República, e pelo Ministério da Justiça. Conforme explicou o ministro Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), o trabalho de identificação será voltado, principalmente, para as regiões do Araguaia e em cemitérios onde teriam sido enterrados militantes de esquerda, como em Perus, em São Paulo, além de áreas no Rio de Janeiro e em Recife. Criada em 1944, no fim do primeiro governo ditatorial de Getúlio Vargas, a Polícia Federal, que foi um dos braços da repressão durante a ditadura dos militares, vai atuar pela primeira vez no trabalho de tentar localizar desaparecidos do período. A Comissão de Mortos e Desaparecidos do governo estima em 144 o número de militares que continuam desaparecidos. Todos já devem estar mortos. Só agora, depois de oitos anos de governo petista de Lula, e ao seu final, é que os petistas se decidem a identificar ossadas de presos políticos mortos na ditadural.

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