Em um dos últimos esforços do governo Lula para tentar identificar restos mortais de desaparecidos da ditadura militar (1964-85), foi assinado nesta terça-feira um convênio para que a Polícia Federal atue na análise de ossadas de militantes mortos no período. O Instituto Nacional de Criminalística, da Polícia Federal, será responsável por exames de odontologia, medicina legal e testes de DNA. O trabalho será coordenado pela Secretaria de Direitos Humanos, órgão da Presidência da República, e pelo Ministério da Justiça. Conforme explicou o ministro Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), o trabalho de identificação será voltado, principalmente, para as regiões do Araguaia e em cemitérios onde teriam sido enterrados militantes de esquerda, como em Perus, em São Paulo, além de áreas no Rio de Janeiro e em Recife. Criada em 1944, no fim do primeiro governo ditatorial de Getúlio Vargas, a Polícia Federal, que foi um dos braços da repressão durante a ditadura dos militares, vai atuar pela primeira vez no trabalho de tentar localizar desaparecidos do período. A Comissão de Mortos e Desaparecidos do governo estima em 144 o número de militares que continuam desaparecidos. Todos já devem estar mortos. Só agora, depois de oitos anos de governo petista de Lula, e ao seu final, é que os petistas se decidem a identificar ossadas de presos políticos mortos na ditadural.
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