sexta-feira, 2 de julho de 2010

Jornalista Hermano Alves morre aos 82 anos

O jornalista Hermano Alves, ex-deputado federal de 1967 a 1968 pelo então MDB (Movimento Democrático Brasileiro), morreu nesta quinta-feira, aos 82 anos, em Lisboa (Portugal), vítima de um câncer. Ex-colunista da Folha de S.Paulo, o jornalista vivia em Portugal desde o início da década de 90. Filho de portugueses, Hermano Alves nasceu em Niterói, no Rio de Janeiro, e se mudou criança para a Bahia. De volta ao Rio, cursou direito em Niterói, sem chegar a concluir os estudos. Começou no jornalismo em 1949, ano em que participou da fundação da "Tribuna da Imprensa" ao lado de Carlos Lacerda. Trabalhou ainda no "Jornal do Brasil" e no "Correio da Manhã". Em 1964, posicionou-se contrário ao golpe, atacando em seus textos a atitude dos militares. Em 1966, candidatou-se à deputado federal pela Guanabara, defendendo o voto para os analfabetos, a subordinação dos militares aos civis e a proteção da indústria nacional, entre outras propostas. Foi eleito em 1967, pelo MDB, e integrou a Frente Ampla, defendendo o retorno do País à normalidade democrática. Em 1968, com a instauração do AI-5, teve os direitos políticos cassados e se viu forçado a deixar o Brasil. Exilou-se no México, na Argélia e na França. Na Inglaterra, trabalhou para a BBC de Londres e chegou a lecionar numa universidade. Em 1979, recebeu o benefício da Lei da Anistia, mas não regressou ao Brasil. Só voltaria em 1984, quando se estabeleceu em Brasília, trabalhando em jornais e prestando assessoria. Em 2005, recebeu indenização do governo brasileiro pela perseguição sofrida durante a ditadura, que lhe custou a perda do emprego.

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