terça-feira, 6 de julho de 2010

Dilma Roussef recebeu título na Assembléia gaúcha e aproveitou para fazer propaganda de Tarso Genro

A candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, recebeu nesta terça-feira a Medalha do Mérito Farroupilha, em sessão solene na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, dirigida por seu presidente, o deputado estadual Giovani Cherini (PDT). Ela aproveitou a oportunidade para, em seu longo discurso, fazer uma escancarada propaganda eleitoral, em órgão público, pedindo votos para o seu candidato ao governo do Estado, o peremptório petista Tarso Genro. Ela usou estrututa pública, televisão pública, som público, iluminação pública, espaço público, funcionários públicos, para fazer propaganda eleitoral. A matéria distribuída pela Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, feita pelo repórter petista Gilmar Eitewein, que vai reproduzida abaixo, não fez referência, em nenhum momento, à atuação propagandística de Dilma Rousseff. O trabalho do repórter petista Gilmar Eitewein foi corroborada por seu chefe, o jornalista pedetista Carlos Bastos, chefe da Assessoria de Comunicação da Assembléia Legislativa. E o setor de televisão da Assembléia Legislativa é dirigido por Celina Canabarro, filha da mulher do dirigente pedetista Alceu Collares. Este, também nesta terça-feira, correspondeu à "lentilha" que vem comendo, como conselheiro de Itaipu Binacional, e declarou seu apoio à candidatura do peremptório Tarso Genro ao governo do Estado. A atitude dele confirma as afirmações de Videversus, de que a coligação do PDT com o PMDB é como um abraço de urso. A atitude de Collares indica que o trabalhismo gaúcho já comeu o prato de lentilhas servido pelo PT. A matéria da Assessoria de Imprensa da Assembléia Legislativa diz o seguinte: "A ex-ministra chefe da Casa Civil Dilma Rousseff recebeu da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul a Medalha do Mérito Farroupilha. A honraria máxima do Legislativo gaúcha foi entregue em cerimônia realizada nesta terça-feira, no Salão Júlio de Castilhos, por proposição do deputado Ronaldo Zülke (PT). A ex-ministra foi recebida na sede do Parlamento gaúcho pelo presidente da Casa, deputado Giovani Cherini (PDT), autoridades públicas municipais, estaduais e federais, representantes do Poder Judiciário, deputados estaduais e federais, prefeitos, vereadores, dirigentes estaduais e lideranças do PT, PDT, PSB, PCdoB e PTB e os ex-governadores Alceu Collares e Olívio Dutra. O Salão Julio de Castilhos ficou lotado de autoridades, representantes de ONGs, entidades estudantis, apoiadores e populares. Em sua manifestação, o proponente da homenagem destacou a trajetória da ex-ministra. “Dilma é uma pessoa que acredita no povo brasileiro”, disse Zülke. “É uma brasileira que é gaúcha por opção e que, por onde passou, deixou marcas de competência técnica e sensibilidade política e social”. O parlamentar enumerou os avanços que o Brasil experimentou nos últimos anos nas áreas econômica e social como de grande contribuição por parte da homenageada. Gaúcha - Ao agradecer a homenagem, a ex-ministra lembrou que, ao chegar no Rio Grande do Sul, no início da década de 70, era uma militante recém saída da prisão. “Aqui pude recompor minha vida”, destacou. Dilma lembrou sua ligação com o Rio Grande do Sul – “gaúcha é minha filha e gaúcho será meu neto” – através da participação e criação do núcleo de estudos e pesquisas do Instituto de Estudos e Pesquisas Econômicos e Sociais (IEPES), vinculado ao antigo MDB, como embrião da luta pela redemocratização. Ao encerrar a homenagem, o presidente da Casa, deputado Giovani Cherini, disse da honra da instituição em proporcionar este momento. “A senhora chegou onde poucas pessoas deste país conseguiram. Esta homenagem é por tudo que representa para nosso estado e nosso País”. Biografia - Nascida em 14 de dezembro de 1947, na cidade de Belo Horizonte, Dilma Vana Rousseff começa sua militância política em 1964, no grupo Política Operária (Polop), onde conheceu Cláudio Galeno, com quem casou três anos depois. Em 1967 Dilma inicia o curso de Ciências Econômicas na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e adere ao Comando de Libertação Nacional (Colina), organização que combatia a ditadura. No final de 68, após o Ato Institucional nº 5, Dilma e Galeno começam a ser perseguidos pela ditadura, caem na clandestinidade e acabam se separando. No ano seguinte, ela ingressa na VAR-Palmares (fruto da fusão entre Colina e VPR), onde conhece seu futuro marido, o advogado gaúcho Carlos Franklin Paixão de Araújo. É presa no centro de São Paulo em janeiro de 1970 e torturada nos porões da Operação Bandeirantes (Oban) e do Departamento de Ordem Política e Social (Dops). Condenada pela Justiça Militar a dois anos e um mês de prisão, ela só é libertada após passar quase três anos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Em 1973, muda-se para Porto Alegre, onde Carlos Araújo, capturado pela repressão em julho de 1970, cumpre pena de quatro anos. Militância - Em 1974, Dilma ingressa na Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e, no ano seguinte, começa a trabalhar na FEE (Fundação de Economia e Estatística). Em 1976, nasce sua única filha Paula Rousseff Araújo e, em 1977, conclui o curso de Economia. Engaja-se na campanha pela Anistia, organiza debates no IEPES (Instituto de Estudos Políticos, Econômicos e Sociais) e, junto com Carlos Araújo, ajuda a fundar o PDT do Rio Grande do Sul. Entre 1980 e 1985, Dilma trabalha na assessoria da bancada estadual do PDT. Em 1986, é nomeada pelo entao prefeito Alceu Collares como secretária da Fazenda de Porto Alegre. No início dos anos 90, Dilma torna-se presidente da Fundação de Economia e Estatística (FEE). Em 1993, assume a Secretaria de Minas, Energia e Comunicação no governo Collares. Em 1998, no governo Olívio Dutra, ocupa outra vez a Secretaria de Minas, Energia e Comunicação. Dois anos depois, filia-se ao PT. Em 2003, é nomeada Ministra das Minas e Energia e, em 2005, substitui José Dirceu na chefia da Casa Civil do Governo Lula". Como se vê, nenhuma referência na matéria à propaganda eleitoral feita por ele em seu longo discurso, de cerca de 40 minutos. Ou seja, a Assessoria de Imprensa da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul censurou a fala de Dilma Rousseff, para ocultar o uso ilegal que ela fez da homenagem para fazer propaganda eleitoral em favor do peremptório Tarso Genro.

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