quinta-feira, 22 de julho de 2010

Corpo de ex-ditador da Romênia é exumado para comprovação de identidade

Mais de 20 anos após a execução do ex-ditador Nicolae Ceausescu, o governo da Romênia exumou nesta quarta-feira seu corpo e de sua mulher, Elena Ceasescu, para comprovar a identidade do casal, após um processo judicial de mais de cinco anos. A coleta dos cadáveres para exame de DNA foi realizada a pedido de Valentin Ceausescu, filho do ex-ditador. Para ele há uma suspeita de que os corpos enterrados não sejam de seus pais. Nicolae Ceausescu deteve o poder na Romênia durante 25 anos até ser executado na semana do Natal de 1989, durante uma revolução anti-comunista em que mais de mil pessoas morreram. Durante vários anos grande parte da população suspeitou que os corpos enterrados no cemitério Ghencea, em Bucareste, não fossem realmente do ex-líder e de sua mulher, mortos no dia de Natal, algo marcante para a memória coletiva da Romênia. As notícias sobre a exumação pegaram o país de surpresa, na madrugada desta quarta-feira. Oficiais do governo fecharam as tumbas rapidamente quando os jornalistas chegavam ao cemitério. Uma equipe de patologistas e funcionários do cemitério retiraram os caixões de Ceausescu e sua mulher das tumbas, coletaram amostras e os colocaram em sacos de plástico e enterraram novamente os restos mortais, em um processo que levou mais de duas horas. Ceausescu foi derrubado do poder no dia 22 de dezembro de 1989, quando os romenos resolveram se levantar contra o regime ditatorial. O líder tentou fugir de Bucareste de helicóptero, mas seu piloto o entregou ao povo. Após um julgamento sumário, ele e a mulher foram executados no dia 25 de dezembro de 1989, por um esquadrão de fuzilamento. Décadas depois, em 2005, a família processou o ministério de Defesa romeno dizendo que havia dúvidas "consideráveis" sobre a verdadeira identidade dos corpos enterrados como sendo do casal. O governo brutal do ex-ditador foi sustentado pelo serviço de inteligência Securitate, que tinha um Exército de cerca de 700 mil informantes para reprimir dissidentes durante 25 anos de regime.

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