segunda-feira, 28 de junho de 2010

PSDB de Áecio lança Anastasia em Belo Horizonte e José Serra é citado apenas uma vez

Leia a notícia a seguir, é uma completa lição sobre "cristianizar", uma especialidade da política e de políticos mineiros. Em 1945, o ditador Getúlio Vargas foi deposto do poder, na onda pró-redemocratização em face do final da 2ª Guerra Mundial. Ele sai do poder mas avisa que voltará, "nos braços do povo". Funda dois partidos, o PTB e o PSD. Na eleição de 1950, ele concorre pelo PTB, coligado com o PSP. O PSD lança o mineiro Cristiano Machado. Como já era da essência da política mineira à época, Cristiano Machado era um "candidato de mentirinha". O PSD votou em Getúlio Vargas, que se elegeu. Agora, o candidata a herdeiro dessa "esperteza" mineira, o ex-governador mineiro, playboy Aécio Neves, inventou uma "criatura" para a sua sucessão no governo mineiro, o atual governador Antonio Anastasia. A convenção se realizou neste domingo. Leia a notícia a seguir do jornal O Globo e veja como a história se repete, embora nunca com os mesmos resultados.
BELO HORIZONTE - O PSDB homologou, neste domingo, a candidatura do governador Antônio Anastasia ao governo de Minas Gerais com aposta no prestígio do ex-governador Aécio Neves para reeleger seu sucessor. Apesar de um banner de aproximadamente dez metros de altura com as fotos de Aécio, Anastasia e do candidato do partido à Presidência, José Serra, enfeitar o plenário da Assembléia Legislativa, onde ocorreu a convenção, o PSDB mineiro não deu muito destaque à campanha do paulista, citado apenas uma vez nos discursos de Anastasia e do ex-governador. Mas, após o evento, Aécio pediu respeito à candidatura nacional tucana. Ele respondeu à provocação do vice-presidente José Alencar que, no dia anterior, disse sentir pena dos adversários que vão disputar contra candidatos da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-governador afirmou que tem "enorme respeito pelo José Alencar e pelas candidaturas de oposição" e avalia que as eleições serão duras. - Nós aqui respeitaremos nossos adversários. Não vamos tripudiar sobre ninguém. Acho que numa eleição ainda tão incerta como essa você deveria pelo menos sugerir um pouco mais de cautela. Nós vamos disputar de forma altiva essa eleição e tenho ainda muita confiança de que o governador José Serra pode sair vitorioso - disse. Além da candidatura de Anastasia, a convenção também homologou os nomes de Aécio e do ex-presidente Itamar Franco para o Senado. O nome do candidato a vice, assim como os dos suplentes dos candidatos a senadores serão definidos durante a semana e devem ser anunciados em ato marcado pela legenda para a próxima quinta-feira, na capital mineira. A coligação em torno de Anastasia envolve também DEM, PPS, PSB, PSC, PMN, PSL, PTB, PSDC, PDT, PTN e PTdoB. Os tucanos também contavam com apoio do PR, mas, até a noite deste domingo, a convenção do diretório mineiro do partido ainda estava em um impasse e a decisão deve ficar a cargo da direção nacional do partido.
Comentário - Isso é o essencial. O playboyzinho Aécio Neves, que passou grande parte de seus dois mandatos no Rio de Janeiro e em viagens internacionais com seus amiguinhos, largando a administração mineira para sua irmã Andréa, tem pretensões a ser um novo criador de "Cristiano Machado". E tirou José Serra, candidato do PSDB à Presidência da República, para representar esse papel. Ele diz todos os dias que Serra é o candidato, mas por trás opera em sentido contrário. Aécio Neves "cristianiza" José Serra. O playboy mineiro, amigo do grande playboy milionário Alvaro Garnero, quando o qual costuma dar esticadas internacionais, por exemplo, para inspecionar investimentos turísticos em Montenegro, na costa do Mar Adriático, acredita que é herdeiro desse talento mineiro inato para a maquiavelice na política. Ele acha que "cristianizando" José Serra, e o derrotando na eleição presidencial, tira da sua frente o último grande entrave para chegar à Presidência. Afinal de contas, José Serra já tem 68 anos. Derrotado duas vezes em campanhas presidenciais, não teria mais cacife dentro do PSDB para pleitear uma terceira oportunidade. O playboy mineiro age como se a política fosse matemática. Ele não conta com o fato de que Lula e o PT, elegendo Dilma e imensas bancadas petista e de seus aliados, devidamente untados, terão o poder inclusive para a aprovação, a toque de caixa, de emendas constitucionais. Poderiam mudar toda a Constituição federal, no que for de interesses deles, e se perpetuar no poder. E é o que está muito próximo de acontecer, com consequência incalculáveis para o País. Tudo porque um playboy mineiro, e seu séquito de inconscientes, resolveu se achar o supra sumo da política brasileira e brincar de reeditar o passado. Definitivamente, não aprenderam a lição de Karl Marx em "O 18 Brumário": "A história sempre se repete, a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa".

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