quarta-feira, 9 de junho de 2010

Pfizer corta preço do Viagra pela metade para enfrentar genéricos

Na tentativa de driblar a concorrência dos medicamentos genéricos e similares contra a disfunção erétil, a Pfizer anunciou nesta terça-feira uma redução de 50% no preço do Viagra. Cada comprimido, que custava em média R$ 30,00 agora será vendido por R$ 15,00 e já vale a partir desta quarta-feira. O laboratório chegou a divulgar que o novo preço seria mais baixo que o da versão genérica. Mas a medida, na verdade, fará com que os valores dos novos medicamentos também sejam reduzidos. A Agência Nacional de Saúde (ANS) determina que a versão genérica de qualquer um desses produtos seja pelo menos 35% mais barata que o medicamento de referência. "Isso não vai impedir que os genéricos sejam fabricados", diz Odnir Finotti, vice-presidente da Pró Genéricos. "Se esse for mesmo o preço praticado, vai haver um ajuste de todos os lados". Com o Viagra mais barato, os primeiros genéricos devem chegar às farmácias até o fim do mês com um preço 67% inferior ao que é encontrado hoje. A estratégia da Pfizer de vender o Viagra a preços mais baixos foi anunciada um mês depois da decisão do Superior Tribunal de Justiça que impôs o fim da patente do medicamento para o dia 20 de junho. A determinação judicial permite a produção de novas drogas para o tratamento de disfunção erétil, com base no mesmo princípio ativo das conhecidas pílulas azuis. O laboratório alega que a patente deveria vigorar até junho do próximo ano. A empresa pretende compensar a perda da margem de lucro com um incremento nas vendas. Nos últimos 12 meses, o laboratório faturou R$ 180 milhões com o Viagra no País. Para perder menos receita, a empresa faz planos de triplicar as vendas em três anos. Desde a determinação do Superior Tribunal de Justiça, cinco laboratórios já entraram com pedidos de registro para medicamentos genéricos e similares ao Viagra. A EMS, maior fabricante nacional, foi a primeira a conseguir. A produção começa no dia seguinte ao fim da patente e os medicamentos devem chegar às farmácias uma semana depois. "Independentemente do preço, vamos estar sempre 35% abaixo do preço deles", diz o vice-presidente de mercado do laboratório, Waldir Eschberger Júnior. Em 2009, a Pfizer vendeu 7 milhões de comprimidos no Brasil, seu terceiro maior mercado no mundo, atrás de Estados Unidos e Inglaterra. O laboratório calcula vender o produto para cerca de 1,5 milhão de brasileiros, de um universo de 25 milhões que apresentam algum tipo de disfunção erétil. A Pfizer já faturou R$ 1,8 bilhão com o Viagra desde que o medicamento foi lançado no Brasil, em 1998. A pílula contra disfunção erétil foi líder de vendas por cinco anos, até que a Eli Lilly surgiu com o Cialis. A Bayer desenvolveu o Levitra e a brasileira Cristália, o Helleva. As vendas de Viagra representam 8% do faturamento da Pfizer no Brasil, que gira em torno de R$ 3,3 bilhões. O produto é o terceiro mais vendido pelo laboratório, atrás do Lipitor (contra colesterol alto) e do Enbrel (contra artrite reumatoide).

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