quinta-feira, 24 de junho de 2010

Jamaica extradita para os Estados Unidos o chefe do tráfico Christopher "Dudus" Coke

Christopher "Dudus" Coke, acusado de tráfico internacional de drogas, foi extraditado nesta quinta-feira para os Estados Unidos pelo governo da Jamaica. Coke, procurado pelos americanos por acusações de tráfico de drogas e armas, foi preso na terça-feira e levado ao aeroporto na capital jamaicana, Kingston, nesta quinta-feira. Ele será julgado em Nova York e poderá ser condenado à prisão perpétua. Na quinta-feira, Coke, de 41 anos, compareceu à uma rápida audiência com um juiz jamaicano em Kingston para anunciar que abria mão de seu direito de contestar a extradição. Coke afirmou que acreditava que poderia vencer o caso na Justiça jamaicana. Mas acrescentou que iria para os Estados Unidos em consideração à sua família e aos moradores do bairro considerado seu domínio, Tivoli Gardens, no oeste de Kingston. Tentativas de capturar Coke resultaram em confrontos com dezenas de mortos em Kingston no mês de maio, principalmente naquele bairro. "Todos, o país todo, foram afetados de forma negativa pelo processo que cercou minha extradição e espero que minha ação hoje consiga, de alguma forma, curar todos aqueles que sofreram", disse Coke em uma declaração. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos afirma que Coke é um dos mais perigosos chefes do tráfico do mundo, mas os apoiadores dele afirmam que Coke é um líder comunitário. Coke também é acusado de liderar uma gangue chamada Shower Posse, que, segundo autoridades americanas, opera uma rede internacional de tráfico de drogas e armas. A gangue também seria responsável por vários assassinatos na Jamaica e nos Estados Unidos. A perseguição a Coke trouxe à tona as ligações entre políticos e líderes de gangues na Jamaica. O primeiro-ministro, Bruce Golding, teria contado com Coke para conseguir votos no bairro de Tivoli Gardens, região controlada pela Shower Posse. Quando Coke foi indiciado pela primeira vez nos Estados Unidos, em agosto de 2009, o primeiro-ministro inicialmente era contra a extradição, argumentando que o pedido era baseado em provas falhas. Mas, depois de meses de atrasos e, em meio à crescente onda de críticas locais e internacionais, Golding concordou em extraditar o suspeito e assinou a ordem de prisão em maio. No entanto, atiradores leais a Coke em Tivoli Gardens fecharam as ruas do bairro com barricadas e realizaram ataques contra a polícia. O estado de emergência foi declarado e mais de 70 pessoas foram mortas em quatro dias de confrontos, durante os quais Coke conseguiu escapar.

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