sexta-feira, 4 de junho de 2010

Ex-funcionários de agências de "rating" queixam-se de pressões para "dourar" avaliações

A comissão norte-americana de inquérito que investiga a crise financeira na quarta-feira vários ex-funcionários de agências de rating queixarem-se de terem sofrido pressões do empregador para "dourar" a classificação de alguns produtos financeiros. No caso de Eric Kolchinsky, que dirigiu a unidade da agência Moody´s, que classificava obrigações estruturadas no mercado imobiliário de alto risco ("subprime"), a pressão resultava do facto de a sua carreira na empresa e de o seu salário dependerem da quota de mercado. Atualmente, uma agência é paga directamente pelos emissores de títulos financeiros, que podem optar pela concorrente, se esta oferecer melhor classificação. Um antigo vice-presidente da mesma agência, Mark Froeba, referiu vários casos de intimidação e mesmo de substituição de analistas por insatisfação dos banqueiros clientes dos ratings. O resultado foi a criação de "uma população dócil de analistas com medo de perturbarem os banqueiros de investimento", disse Froeba. O governo norte-americano prepara a versão final da nova legislação do setor financeiro, que vai alterar o modelo de negócio das agências de rating como a Moody´s, Standard&Poor´s ou Fitch, que muitos observadores consideram de dependência face aos seus clientes.

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