terça-feira, 8 de junho de 2010

Brasil decide até 2011 nova tecnologia para usinas nucleares

O governo brasileiro deverá definir até o próximo ano qual tecnologia usará no seu novo programa de energia nuclear, depois que a parceria com a Alemanha foi encerrada com o início da construção de Angra 3. A disputa promete ativar o apetite internacional para acordos com o Brasil, a exemplo do se viu na questão da concorrência para a compra de caças pelo Ministério da Defesa. A França deverá estar presente, além de Rússia, Estados Unidos e Alemanha, possíveis candidatos por dominarem a tecnologia. "Angra 2 e 3 era com projeto da Alemanha e agora temos que criar novo programa nuclear, onde tem que especificar a tecnologia e o tipo de nacionalização que você vai querer", afirmou o ministro de Minas e Energia, Marcio Zimmermann. "Você hoje tem máquinas modernas da Toshiba, estão montando uma na China que dizem que é novidade, vamos ver isso tudo", explicou o ministro. Além da tecnologia, o Brasil deverá aumentar suas reservas provadas de urânio para atender as novas usinas, que pelo Plano Decenal divulgado este ano poderão ser entre 4 e 8 unidades até 2020. Até 2060, esse número pode saltar para 50, disse o ministro. "O custo da usina nuclear é baixo em relação às térmicas, e o Brasil tem a tecnologia do enriquecimento de urânio e tem matéria-prima", justificou, confirmando declarações do ex-ministro Edison Lobão, de que o Brasil poderia construir uma usina nuclear por ano nos próximos 50 anos. Segundo o ministro, será necessário mapear o Brasil para estimar melhor as reservas de urânio, que segundo estimativas do Ministério podem chegar a 800 mil toneladas. Com isso, o País se tornaria a primeira ou segunda maior reserva mundial. Enquanto o Brasil gera 2 mil megawatts de energia nuclear, os Estados Unidos e a Rússia geram mais de 130 mil megawatts cada um. Zimmermann justificou a opção nuclear citando o Plano Decenal energético brasileiro divulgado este ano pelo governo, no qual a previsão é de que a necessidade de energia elétrica no País em 2019 seja de 189 mil megawatts, contra os 112 mil MW instalados até o momento. O plano prevê ainda que essa necessidade salte para algo em torno de 500 mil MW em 2060, sendo que 10% deverá ser de energia nuclear.

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