segunda-feira, 31 de maio de 2010

Ministério Público investiga ampliação ilegal de lixão de Curitiba

O Ministério Público do Paraná abriu investigação para apurar denúncia de ampliação irregular do aterro sanitário de Curitiba, depósito de lixo que tem de ser desativado em novembro. Moradores do bairro da Caximba, onde fica o aterro, encaminharam a denúncia com fotografias que apontam a ampliação. O grupo de habitantes do Caximba apresentou ao Ministério Público imagens dos locais irregulares, como a estrada localizada em volta do aterro. De acordo com os moradores, as margens desta via estão sendo preparadas com a cobertura de mantas plásticas, para receber novos resíduos. Saturado, já em esgotamento de sua capacidade de receber lixo de Curitiba e mais 19 municípios da região metropolitana, o depósito de lixo funciona com autorização judicial. A Promotoria do Meio Ambiente pediu ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) que faça a fiscalização para verificar se as informações repassadas pelos moradores procedem. O Ibama tem prazo de dez dias para responder ao pedido. "Estamos desde 2004 dizendo aos administradores públicos que adotem medidas para reduzir o lixo que vai para a Caximba", afirma o procurador do Meio Ambiente, Saint-Clair Honorato dos Santos. O comerciante Jatir de Lima, que preside a Adecom (Aliança de Desenvolvimento Comunitário da Caximba), afirma que a prefeitura não respeitou ordem judicial: "Eles jamais poderiam usar áreas novas para continuar a jogar lixo no aterro. Isso foi uma ampliação ilegal". Segundo Jatir Lima, moradores passaram a sentir nos últimos dias um forte mau cheiro semelhante ao de gás exalado do aterro. "Aquele aterro é uma bomba relógio. Estamos lutando há mais de dois anos para fechar aquele lugar", afirma o ex-presidente do IAP (Instituto Ambiental do Paraná), Victor Hugo Burko. A prefeitura nega estar desrespeitando um acordo feito sobre as áreas antigas do aterro. O acerto teve respaldo judicial por meio de laudos técnicos. Segundo sua assessoria, as áreas serão reutilizadas para continuar a receber os detritos até o encerramento das atividades do aterro. Uma licitação comandada pela prefeitura foi anulada pela Justiça. O plano é estabelecer um novo consórcio privado para o recolhimento e beneficiamento do lixo, enquanto isso vai sendo beneficiada a empresa Cavo, por meio de contrato emergencial.

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