quinta-feira, 20 de maio de 2010

Inquérito acusa de homicídio culposo médico que atendeu mãe do menino Sean

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro recebeu nesta quarta-feira o inquérito em que o obstetra Nadir Farah e outros integrantes de sua equipe médica são acusados de homicídio culposo (sem intenção) pela morte da estilista Bruna Bianchi. A morte de Bruna ampliou a disputa judicial pela guarda de seu primeiro filho, Sean Goldman, cujo pai é o norte-americano David Goldman. Ela havia trazido o filho para o Brasil a passeio, em 2004, com autorização do pai, mas depois avisou David que não retornaria aos Estados Unidos. Bruna morreu durante o parto do segundo filho, em 2008, quando tinha 34 anos e estava casada com o advogado João Paulo Lins e Silva, seu segundo marido. O parto foi realizado por Nadir Farah em um hospital de Botafogo (zona sul do Rio de Janeiro). O promotor Márcio Nobre, da 3ª Promotoria, tem 30 dias para decidir se aceita a acusação. Se aceitar, o inquérito será encaminhado ao Tribunal de Justiça para dar origem a uma ação penal. Relatório da Polícia Civil sobre a morte da estilista aponta que a equipe médica foi negligente. De acordo com o relatório, mesmo ciente da gravidade do estado da paciente após o parto, os profissionais deixaram a estilista sob cuidados da médica Izabel de Araújo Nogueira, de 70 anos, "que sofre de esclerose múltipla em estágio avançado com restrições como locomoção". "Ela não fez nada e não deixou que ninguém fizesse. A doutora Izabel fazia parte da equipe médica do doutor Nadir Farah, que era o médico responsável, e o doutor Nadir não ficou lá. Ele fez o parto, saiu e deixou a doutora Izabel como responsável. Em seguida, a Bruna teve as complicações. Na Justiça vai ser avaliada a responsabilidade dele quanto a isso porque, se a médica tem esclerose múltipla, ela não poderia fazer nenhum tipo de intervenção", disse o advogado da família Bianchi, Bruno Tavares, no fim de abril. Com a morte de Bruna, em 2008, o padrasto de Sean, Lins e Silva, passou a disputar com David Goldman a responsabilidade pela criação do menino. Em dezembro passado, por ordem judicial, o menino foi entregue ao pai, com quem hoje mora nos Estados Unidos.

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