quinta-feira, 15 de abril de 2010

Unicef diz que terremoto no Chile deixou sequelas em 90% das crianças

Ao menos 90% das crianças chilenas entre 12 e 15 anos que vivem nas regiões afetadas pelo terremoto do dia 27 de fevereiro tinham seqüelas psicológicas um mês depois do tremor, afirmou um estudo divulgado nesta quinta-feira em Santiago pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). Após a catástrofe, 37% dos adolescentes despertava durante a noite, 31% preferia não ficar só em casa, 27% não queria ficar longe de seus pais, 21% tinha pesadelos e 17% precisavam de um adulto por perto para dormir. Estes são alguns dos resultados do estudo "A voz das crianças e adolescentes - terremoto no Chile", realizado entre os dias 23 e 28 de março através de enquetes com 360 menores entre 12 e 15 anos. As entrevistas aconteceram em Santiago, assim como em Talca e Concepción, capitais das regiões do Maule e do Bío Bío, as mais afetadas pelo forte terremoto e o posterior tsunami que causaram a morte de quase 500 pessoas. Quase todos os menores (98%) lembram o momento em que ocorreu o tremor e só 2% estavam dormido, apesar dele ter ocorrido depois das 3h30 da madrugada de um sábado, e em sua maioria estavam acompanhados por sua mãe (83%), seus irmãos (71%) ou seu pai (65%). A maioria (88%) diz que teve medo durante o terremoto, embora só quatro de cada dez reconheçam que sentiram "muito medo". Praticamente todos (97%) se declaram preocupados com as consequências do terremoto, especialmente pelas pessoas que perderam tudo (40%), mas também há preocupação com novas réplicas e inclusive outro terremoto (15%). As mortes, a perda dos pertences e a destruição de edifícios são as consequências que têm maior impacto entre as crianças. Além disso, a televisão e a rádio foram as principais fontes de informação sobre o terremoto as quais as crianças se referiram constantemente, embora dois de cada três (67%) menores tenham visto "diretamente" os danos ocasionados pela catástrofe. A imensa maioria das crianças (98%) conversou sobre o tremor com outras pessoas e 94% participou no colégio de alguma atividade relacionada à catástrofe.

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