terça-feira, 13 de abril de 2010

Governo Lula demite araponga da Abin acusado de vazar grampos da Satiagraha

O oficial de inteligência da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Nery Kluwe, ex-presidente da Asbin (Associação dos Servidores da Abin), foi demitido nesta segunda-feira "por atuar como procurador ou intermediário junto a repartições públicas". Kluwe foi apontado em uma reunião da corporação pelo general Jorge Armando Felix, ministro de Segurança Institucional, como responsável pelo vazamento de informação de grampo ilegal de conversa entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Em sindicância do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Kluwe afirmou que o diretor-geral afastado da Abin, Paulo Lacerda, fazia relatórios "técnicos-policiais" de interceptações telefônicas e de e-mails na Operação Satiagraha. A assessoria da Abin afirmou que ele foi demitido após conclusão de um processo disciplinar aberto em 2007, fruto de denúncia de fora da corporação. O resultado das investigações apontaram, segundo a Abin, que Kluwe atuava em favor de "pessoas jurídicas" dentro de órgão público, o que é vetado pela lei 8.112/1990, que dispõe sobre o regime dos servidores públicos da União. Kluwe afirmou que sua demissão "é uma resposta do general Felix pelo fato de ter se posicionado contra a participação da Abin na Satiagraha". Em depoimento à CPI das Escutas Clandestinas da Câmara, no ano passado, Kluwe disse que a agência gastou cerca de R$ 800 mil na operação da Polícia Federal. Felix e Lacerda confirmaram, em depoimentos no Congresso, participação de agentes da Abin na operação.Kluwe pode recorrer da decisão do GSI junto ao Superior Tribunal de Justiça, já que sua demissão foi assinada por um ministro de Estado.

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