segunda-feira, 12 de abril de 2010

Filhos de diretora do "Clarín" farão comparação com DNA de desaparecidos

Os dois filhos adotivos da diretora do jornal argentino "El Clarín", Ernestina Herrera de Noble, deverão comparar seu DNA com uma base de dados genéticos de pessoas desaparecidas durante a ditadura militar, apontou na sexta-feira o máximo tribunal penal de apelações da Argentina. A decisão da Câmara Nacional de Cassação Penal satisfaz as reivindicações de organismos humanitários que pediam que os DNAs de Marcela e Felipe Noble Herrera fossem comparados com os do Banco Nacional de Dados Genéticos de desaparecidos. A sentença apontou que a apelação foi rejeitada por ser "inválida", já que "não incluía as assinaturas dos afetados pela decisão, Marcela e Felipe Noble, mas só as de seus advogados". Afirmou, ainda, que o tribunal ditou sua decisão "sem considerar" se os estudos genéticos de Marcela e Felipe Noble deveriam ser comparados somente com os das duas famílias que apresentaram queixas ou com todo o banco de dados genéticos das vítimas da ditadura. Felipe e Marcela Noble, ambos de 33 anos, foram adotados em 1976 por Ernestina, viúva de Roberto Noble, fundador do "Clarín". Uma das famílias suspeita que Marcela pode ser, na realidade, filha de Bárbara Miranda e de Roberto Lanuscou, militantes da organização terrorista Montoneiros, dados por mortos em um tiroteio com militares em setembro de 1976. A outra parte pede que se esclareça se Felipe seria filho de María del Carmen Gualdero, sequestrada em junho de 1976, quando estava quase dando à luz, e que desapareceu depois de ter sido levada a um prisão clandestina em Buenos Aires.

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