sábado, 27 de março de 2010

Petrobras descarta aumentar dívida para se capitalizar

A Petrobras não vai aumentar sua dívida arriscando perder o grau de investimento duramente conquistado para se capitalizar, afirmou na sexta-feira o gerente de Relações com Investidores da Petrobras, Alexandre Quintão. Segundo ele, se o Congresso Nacional não aprovar até o final de maio o projeto que prevê a capitalização da companhia, com cessão pelo governo de áreas não licitadas do pré-sal até o limite de 5 bilhões de barris, a empresa estudará alternativas para injetar recursos no caixa da companhia e com isso aumentar o patrimônio líquido e dar maior margem de alavancagem. "A gente trabalha com capitalização com cessão onerosa, ela é extramente necessária para o ano de 2010, para o Plano de Negócios de US$ 200 bilhões a US$ 220 bilhões e se não tiver isso, vai ter que ajustar de algum lado, ou você ajusta via capitalização ou ajusta via redução de investimentos", disse Quintão. Ele afirmou que entre as alternativas estariam um aumento de capital apenas por meio de emissão de ações preferenciais, o que preservaria a posição de controlador do governo brasileiro. O valor da operação seria menor do que a feita com a cessão onerosa, ressaltou, sem dar possível novo valor. "Se o governo quiser participar é uma decisão do governo e ele terá que ver os instrumentos necessários para isso", disse o executivo. Com 32% do capital total e 50% mais uma ação do capital votante, o governo teria que injetar recursos ou emitir títulos públicos para participar da operação, gerando mais dívida pública, ao contrário da cessão onerosa, que envolve barris de petróleo que ainda serão explorados.

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