quinta-feira, 11 de março de 2010

Oposição pede que Procuradoria investigue Dilma Rousseff e José Dirceu sobre "caso Telebrás"

A oposição protocolou nesta quarta-feira representação com o pedido para que a Procuradoria Geral da República investigue a candidata petista Dilma Rousseff e o ex-ministro José Dirceu (deputado federal petista cassado por corrupção e réu na ação penal do Mensalão do PT) pela suspeita de que o petista seria beneficiado com a possibilidade de reativação da Telebrás. DEM, PPS e PSDB afirmam que José Dirceu recebeu pelo menos R$ 620 mil do grupo privado que seria beneficiado caso a Telebrás seja reativada, enquanto Dilma é responsável por essa área no Palácio do Planalto. "Os fatos sinalizam, sem dúvida, para a existência de uma contiguidade excessiva entre empresas privadas, representadas pelo ex-ministro, e o Palácio do Planalto, numa área de atuação direta da ministra Dilma Rousseff, o que impõe ao órgão responsável pela defesa da ordem jurídica o dever de instaurar procedimento investigatório", diz a representação. O texto é assinado pelos líderes do DEM, PPS e PSDB na Câmara, os deputados federais Paulo Bornhausen (SC), Fernando Coruja (SC) e João Almeida (BA). Reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo revelou que o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu recebeu pelo menos R$ 620 mil do principal grupo empresarial que será beneficiado caso a Telebrás seja reativada, como promete o governo. O dinheiro foi pago entre 2007 e 2009 pelo empresário Nelson dos Santos, dono da Star Overseas, sediada nas Ilhas Virgens Britânicas. Em 2005, Santos havia comprado participação de 49% na empresa Eletronet pelo valor simbólico de R$ 1,00. Praticamente falida, a Eletronet era dona de 16.000 quilômetros de cabos de fibra óptica ligando 18 Estados, o que não cobria suas dívidas, estimadas em R$ 800 milhões. Após Santos contratar José Dirceu, o governo decidiu usar as fibras ópticas da Eletronet para reativar a Telebrás e arcar sozinho com a caução judicial necessária para resgatar a rede, hoje em poder dos credores. Estima-se que o negócio renda ao empresário R$ 200 milhões.

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