sábado, 20 de março de 2010

Ministério Público Federal procura dar uma saída para o tesoureiro petista Vaccari

Em nota divulgada nesta sexta-feira, o Ministério Público Federal afirma que a documentação do inquérito do Mensalão do PT sobre o corretor Lúcio Funaro não traz informações sobre o tesoureiro petista João Vaccari Neto. Funaro é antigo dono de uma corretora citada no inquérito. A instituição é acusada de comprar de parlamentares informações privilegiadas para operar no mercado financeiro. "Tanto na documentação remetida pela Procuradoria Geral da República a São Paulo, que embasou a denúncia, quanto na própria acusação formal remetida à Justiça pelo Ministério Público Federal em São Paulo, em resposta a inúmeros questionamentos da imprensa, é necessário esclarecer, não há nenhuma menção ao ex-presidente da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo), João Vaccari Neto, atualmente tesoureiro do Partido dos Trabalhadores". Funaro e José Carlos Batista, ex-sócio da Guaranhuns Empreendimentos, respondem em São Paulo a processo por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. A denúncia que gerou a ação penal foi oferecida pelo Ministério Público Federal em São Paulo, em junho de 2008. Segundo o Ministério Público, "os documentos recebidos da Procuradoria Geral da República, que embasaram a denúncia, oferecida pela procuradora da República Anamara Osório Silva, em São Paulo, demonstram que, através da Garanhuns Empreendimentos, empresa de Funaro e Batista, se garantia a dissimulação da origem e do destino de valores que iam da SMP&B ao antigo Partido Liberal". Ora bolas, isso era o Mensalão. "As transferências chegaram ao valor aproximado de R$ 6,5 milhões." A Procuradoria informa ainda na nota que não pode confirmar se o depoimento de Funaro, concedido em Brasília, "se deu sob o instituto da delação premiada". Diz o jornalista Reinaldo Azevedo, em seu blog: "A Procuradoria da República de São Paulo publica em seu site uma nota — ANALFABETA, DIGA-SE — que só ajuda a fazer confusão. Ela colabora para a verdade tanto quanto enobrece a língua portuguesa. Mas só comento esse detalhe no fim do post. 1 - O título da nota está armando a Rede Oficial de Mentiras da Internet - SUSTENTADA, COMO ESTÁ PROVADO, COM DINHEIRO DA LULA NEWS -, que abusa da ignorância de seus “fiéis”, para sustentar que nada existe contra João Vaccari Neto. UMA OVA!!! E os vagabundos aproveitam: “Viram? A nota contesta matéria da VEJA”. Não contesta, não, bando de ótários! A NOTA CONFIRMA MATÉRIA DA VEJA. 2 - Vai aqui um trecho da reportagem da VEJA: “O mensalão produziu quarenta réus ora em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Entre eles não está Vaccari. Ele parecia bagrinho no esquema. Pelo que se descobriu agora, é um peixão.” 3 - A QUESTÃO ESTÁ AÍ: A QUESTÃO É JUSTAMENTE SABER POR QUE AS DENÚNCIAS CONTRA VACCARI FORAM ENGAVETADAS!!! TERÁ A PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA SE TRANSFORMADO, NESSE PARTICULAR, DA “ENGAVETADORIA GERAL DA REPÚBLICA”? 4 - Em todo caso, dou o benefício da dúvida à Procuradoria Geral da República: o material sobre Vaccari foi enviado ao grupo que está investigando os Fundos de Pensão, investigação que ainda está em curso. Vamos ver; 5 - A nota da procuradoria em SP afirma como novidade o que todo mundo sabe: a - Funaro é um dos investigados; b - Vaccari não está no inquérito. Marcelo Oliveira, que cuida da comunicação da procuradoria em São Paulo, ainda vai emitir nota afirmando que a Terra é redonda e que dois mais dois são quatro. 6 - Ora, qual é a razão de ser da reportagem de VEJA? Reproduzo trecho da própria revista: Em 2003, enquanto cuidava das finanças da Bancoop, João Vaccari acumulava a função de administrador informal da relação entre o PT e os fundos de pensão das empresas estatais, bancos e corretoras. Ele tocava o negócio de uma maneira bem peculiar: cobrando propina. Propina que podia ser de 6%, de 10% ou até de 15%, dependendo do cliente e do tamanho do negócio. Uma investigação sigilosa da Procuradoria-Geral da República revela, porém, que 12% era o número mágico para o tesoureiro - o porcentual do pedágio que ele fixava como comissão para quem estivesse interessado em se associar ao partido para saquear os cofres públicos. A revelação do elo de João Vaccari com o escândalo que produziu um terremoto no governo federal está em uma série de depoimentos prestados pelo corretor Lúcio Bolonha Funaro, considerado um dos maiores especialistas em cometer fraudes financeiras do país. Em 2005, na iminência de ser denunciado como um dos réus do processo do mensalão, Funaro fez um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. Em troca de perdão judicial para seus crimes, o corretor entregou aos investigadores nomes, valores, datas e documentos bancários que incriminam, em especial, o deputado paulista Valdemar Costa Neto, do PR, réu no STF por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Em um dos depoimentos, ao qual VEJA teve acesso, Lúcio Funaro também forneceu detalhes inéditos e devastadores da maneira como os petistas canalizavam dinheiro para o caixa clandestino do PT.

Apresentou, inclusive, o nome do que pode vir a ser o 41º réu do processo que apura o mensalão - o tesoureiro João Vaccari

Neto. 7 - Vamos lá, sr. Oliveira! Conteste o que vai acima; diga que o que vai acima não existe!!! Eu o desafio a fazê-lo, assinando embaixo. 8 - Não, Oliveira não pode fazê-lo. Por isso, escreve esta maravilha: O MPF em São Paulo não pode confirmar se o depoimento de Funaro, concedido em Brasília, se deu sob o instituto da “delação premiada“. De toda forma, o MPF não revela informações, nem o teor desses depoimentos, em respeito à legislação pertinente. Ah, não pode? ENTÃO POR QUE EMITE UMA NOTA PARA DIZER QUE A TERRA É REDONDA? 9 - Fosse o caso de emitir uma nota, a única possível, meu senhor, teria de explicar por que o inquérito, COMO INFORMOU VEJA, ignora Vaccari. Por quê? O SENHOR TEM ALGUMA EXPLICAÇÃO? 10 - Vejam que comovente é o trecho final da nota: “é necessário esclarecer, não há nenhuma menção ao ex-presidente da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) João Vaccari Neto, atualmente tesoureiro do Partido dos Trabalhadores.” ISSO JÁ ESTÁ ESCLARECIDO!!! ISSO ESTÁ NA REPORTAGEM DA VEJA. A REPORTAGEM DA VEJA SÓ EXISTE PORQUE, CITO A REVISTA DE NOVO, “O mensalão produziu quarenta réus ora em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Entre eles não está Vaccari. Ele parecia bagrinho no esquema. Pelo que se descobriu agora, é um peixão.” 11 - Os depoimentos de Funaro existem. Estão com a procuradoria. Devidamente gravados. A questão é outra, senhor Marcelo Oliveira! A questão é saber por que, de fato, o inquérito ignorou o sr. Vaccari. A propósito, senhor Oliveira: POR QUE O INQUÉRITO IGNOROU O SENHOR VACCARI". nota estúpida da Procuradoria já surtiu o efeito desejado. O Estadão Online dá o seguinte título a um despacho de Anne Warth, da Agência Estado: “MPF-SP: Funaro não citou Vaccari e Bancoop ao depor”. EPA!!! HÁ DUAS MENTIRAS AÍ. 1: É MENTIRA QUE FUNARO NÃO TENHA CITADO VACCARI! 2: É MENTIRA QUE A NOTA DA PROCURADORIA AFIRME ISSO! Como o texto de Warth afirma, “O Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP) informou nesta sexta-feira, 19, em nota oficial, que o material que recebeu da Procuradoria-Geral da República (PGR) e que embasou a denúncia contra o doleiro Lúcio Bolonha Funaro por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro não faz nenhuma menção ao ex-presidente da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) João Vaccari Neto, atual tesoureiro do PT. O depoimento foi colhido em 2008 como parte do processo do Mensalão". ISSO ESTÁ NO PRIMEIRO PARÁGRAFO DA REPORTAGEM DE VEJA. De novo: O QUE SE ESTRANHA É QUE VACCARI TENHA SIDO IGNORADO, UMA VEZ QUE HÁ OS DEPOIMENTOS QUE ACUSAM A SUA ATUAÇÃO NA CORRETAGEM ILEGAL JUNTO A FUNDOS DE PENSÃO. Quem deu o título ao texto no Estadão Online não lê o Estadão de papel: Manchete de página do Estadão de terça-feira: “CORRETOR ACUSA DIRCEU E PT DE GANHAR ‘POR FORA’ R$ 5,5 MILHÕES DE MAIS UM FUNDO DE PENSÃO. No meu tempo de redação, já havia jornalistas que não liam jornais. Mas era impensável um jornalista QUE NÃO LESSE O PRÓRIO JORNAL! E há um outro erro, este da autora do texto mesmo. Atribui a nota à procuradora Anamara Osório Silva. No site da procuradoria, a nota está assinada pela Assessoria de Comunicação. Nego-me a aceitar que aquela língua miserável em que o texto é redigido seja coisa de um procurador. Só pode ser coisa de assessorzinho. ESPERO QUE O ESTADÃO ONLINE PUBLIQUE A CORREÇÃO DA INFORMAÇÃO, ADEQUANDO-A AO QUE FOI APURADO PELO PRÓPRIO… ESTADÃO!!!" Esse rolo todo abre uma gigantesca interrogação sobre a atuação da Procuradoria Geral da República. Fica evidente que ela é seletiva política e ideologicamente em seus inquéritos. O que convém, ao PT, ela esconde, guarda, não revela, e dissimula dizendo que está dentro de uma outra investigação em curso, a da corrupção petista nos fundos de pensão, mas não encerra nunca este inquérito, e nem o encaminha à Justiça. E também sonega provas e réus do processo do Mensalão do PT. Assim não dá. Se o fisca da lei no Brasil age assim, então não há possíbilidade de se ter Justiça no País que mereça ser tratada por esse nome.

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