quinta-feira, 25 de março de 2010

Após revelação das ligações de José Dirceu, despencam as ações da Telebrás

Um mês após a revelação de que o ex-ministro petista José Dirceu (deputado federal cassado por corrupção e réu na ação penal do Mensalão do PT) recebeu R$ 620 mil de uma empresa diretamente interessada na reativação da Telebrás, o governo Lula encolheu o alcance do PNBL (Plano Nacional de Banda Larga), e o valor das ações da estatal caiu 44%, quase à metade. Originalmente, o plano cobriria 3.200 cidades até o final do governo Lula. A nova versão reduziu-se a um simples projeto piloto com 300 municípios que, mesmo assim, seria implantado apenas no próximo governo, não mais em 2010. Rumores e vazamentos sobre a reativação da Telebrás, que seria gestora do plano, haviam levado as ações da estatal a um ganho de 35.000% desde 2003 (até o dia 8 do mês passado), valorização recorde investigada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). O ex-ministro petista José Dirceu recebeu R$ 620 mil da Star Overseas Ventures, do empresário Nelson dos Santos, dono da Eletronet, empresa que detém os 16 mil quilômetros de fibras óticas que comporiam a espinha dorsal do plano. Agora os papéis da Telebras caíram de R$ 0,00254 para R$ 0,00142. Um investidor que tivesse R$ 100,00 em ações da Telebrás em 22 de fevereiro teria hoje apenas R$ 56,00. A desconfiança aprofundou-se na quarta-feira, quando o jornal Folha de S. Paulo revelou que o Tesouro Nacional elaborou uma nota técnica condenando a reativação da estatal para ser gestora do PNBL. Segundo a nota do Tesouro, a Telebrás já está exposta a várias ações judiciais e haveria risco de contaminação de ativos usados no plano. A posição do Tesouro é contraria à opinião do próprio presidente Lula. “Nós vamos recuperar a Telebrás. Nós vamos utilizá-la para fazer banda larga neste País”, disse Lula no último dia 19 de fevereiro, durante um evento em Minas Gerais. Esse é um negócio extremamente suspeito do governo petista.

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