quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Opositor do Irã denuncia ditadura e diz que Revolução fracassou

O oposicionista Mir Hussein Mousavi denunciou nesta terça-feira a persistência das "raízes da ditadura" no Irã e o fracasso da Revolução Islâmica, cujo 31º aniversário é comemorado em um clima de crise no país. "As raízes da tirania e da ditadura ainda existem no Irã", diz o ex-primeiro-ministro, em longa e virulenta declaração publicada em seu site. "A ditadura em nome da religião é a pior de todas. É possível identificar hoje no Irã as bases e os elementos que produzem uma ditadura, assim como a resistência a um retorno à ditadura", afirmou o líder reformista, em alusão às manifestações consecutivas à reeleição do ditador fascista islâmico Mahmoud Ahmadinejad, em junho passado. Uma alta autoridade judicial anunciou nesta terça-feira a execução em breve de outros nove "baderneiros" acusados de tentarem "derrubar o regime islâmico", depois dos dois enforcados na semana passada. "Silenciar a imprensa, encher as prisões e matar pessoas que pedem pacificamente o respeito de seus direitos na rua mostram que as raízes da tirania e da ditadura da época da monarquia ainda existem", disse Mousavi, adversário de Ahmadinejad na última eleição presidencial. O homem que foi o primeiro-ministro do imã Khomeini durante os oito anos da guerra contra o Iraque (1980-88) também se referiu pela primeira vez a um fracasso da Revolução de 79: "No início, a maioria da população estava convencida de que a Revolução acabaria com todas as estruturas que levam ao totalitarismo e à ditadura. Eu acreditava nisso, mas hoje não acredito mais. Não acho que a Revolução tenha alcançado seus objetivos". Estas declarações virulentas de um protagonista importante e respeitado dos primeiros anos da República Islâmica foram divulgadas em vésperas do aniversário da Revolução, no dia 11 de fevereiro, em um momento em que o regime iraniano passa por uma das piores crises de sua história. Pois o grande líder Lula considera que o camarada Ahmadinejad deve ser defendido. Essa é a noção de democracia do PT e de Lula.

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