terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Tribunal argentino nega "ódio racial"

Expressões como "judeu filho da puta" ou "Hitler deveria ter matado todos" não podem ser caracterizadas como ódio racial: são apenas "uma expressão de descontentamento", segundo a sentença de um tribunal argentino divulgada na última quarta-feira. A Sala I da Câmara Federal da capital argentina chegou à conclusão de que este tipo de insulto não corresponde a perseguição ou ódio racial, e sim a "ameaças". A decisão encerrou o caso de um homem de origem judaica, que afirma ter sido xingado com estas expressões ao discutir com outro homem por questões comerciais."Você é um judeu filho da puta, vou te matar. Você é um traidor igual a toda a sua família e igual a todos os judeus. Hitler deveria ter matado todos vocês. E não me importo, no máximo saio em seis meses por emoção violenta", disse o agressor, segundo o texto da denúncia. "O conteúdo das frases proferidas, por mais reprovável que seja, representou uma maneira certamente infeliz de manifestar o descontentamento oriundo de relações comerciais, e pode ser definido, na verdade, como uma eventual ameaça", determinou a sentença. Julio Schlosser, coordenador da comunidade judaica de Buenos Aires disse que a sentença foi "mais do que uma surpresa, e causa preocupação porque não faz nada bem à convivência pacífica", destacando que as expressões empregadas pelo homem "possuem uma carga de antissemitismo". A comunidade judaica da Argentina é a mais numerosa da América Latina, com cerca de 300.000 pessoas. E a Argentina tem uma população com marcado sentimento de antissemitismo e grande simpatia por idéias fascistas. Uma das organizações mais impregnada de sentimentos fascistas é o peronismo e a esquerda terrorista argentina.

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