sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Lula faz tudo pelo Haiti para tentar conquistar um lugar no Conselho de Segurança da ONU

Com o desastre que abateu o Haiti, a diplomacia brasileira para o país caribenho deverá entrar em uma nova fase, na avaliação do Itamaraty petista. A expectativa é de que o governo brasileiro seja "mais exigido", mas em contrapartida poderá consolidar seu papel de liderança no processo de paz haitiano. Na avaliação de diplomatas com viés petista, o trabalho de recuperação política do Haiti, que já era considerado "complexo", vai exigir um compromisso ainda maior do governo brasileiro. A expectativa é de que, depois da fase emergencial de socorro às vítimas, os países que integram as forças de paz, juntamente com as Nações Unidas, "reavaliem as prioridades" da operação. Como membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU, o Brasil "tem a chance de fazer valer suas perspectivas e visões" em relação ao Haiti, diz um representante petista da diplomacia brasileira. "Quem decide é a ONU, mas o Brasil sempre defendeu uma política mais de longo prazo no Haiti, que vá além da segurança", diz o diplomata. Uma das possibilidades é de que o efetivo da missão de estabilização da ONU no Haiti, a Minustah, seja ampliado. De acordo com essa mesma fonte do Itamaraty, "não necessariamente" o adicional de tropas precisa sair do Brasil. "Um dos desafios é justamente o de convencer outros países de que eles também precisam contribuir mais", diz o diplomata. Além de reforçar sua "influência" na América Latina, a experiência militar brasileira no Haiti é vista no governo como mais um ponto favorável à campanha do Brasil por um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. O general Carlos Alberto Santos Cruz, que comandou a Minustah de 2007 a 2009, diz que o governo brasileiro tem oferecido apoio financeiro e treinamento à operação e que esse "esforço deu um maior conceito ao Brasil". "Não é a toa que a missão de paz, que na verdade é da ONU, muitas vezes é confundida com uma missão brasileira", diz. De acordo com a ONG Contas Abertas, o governo brasileiro já gastou mais de R$ 700 milhões com a operação desde o início da missão. Por isso é que muitos gaúchos estão solicitando a seus vereadores que promovam a apresentação de projetos para que suas cidades passem a ser chamadas de Haiti do Sul, para ver se recebem melhor tratamento do governo Lula.

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