quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Cristina Kirchner afasta presidente do banco central da Argentina, que se nega a sair do cargo

A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, pediu nesta quarta-feira o afastamento do titular do banco central do país, Martín Redrado, em meio a uma polêmica pela decisão da presidente populista peronista de usar reservas da autoridade monetária para pagar dívidas soberanas neste ano. Mas o presidente do Banco Central, Martín Redrado, se negou a assinar sua saída do cargo. Para o presidente do Banco Central argentino, cujo mandato de seis anos vence em setembro, apenas o Parlamento pode tirá-lo do cargo, por mais que o Executivo tenha sido o responsável por sua nomeação. Redrado se reuniu com opositores ao governo, que o apoiaram e ratificaram as queixas apresentadas pela oposição em dezembro contra o uso de reservas para pagar dívidas. O conflito expôs disputas internas por um decreto "de necessidade e urgência" pelo qual Cristina ordenou a disponibilidade de US$ 6,569 bilhões em reservas monetárias para enfrentar vencimentos de dívidas, emitindo títulos no mesmo valor a favor do Banco Central. O senador Ernesto Sanz, líder da UCR (União Cívica Radical), o segundo partido com mais cadeiras no Parlamento, apoiou Redrado e disse que o presidente do Banco Central argentino "não fez mais do que cumprir" com a carta orgânica da entidade. "Redrado incorreria em um descumprimento de seus deveres se usasse reservas monetárias para pagar dívidas, as reservas existem para garantir o valor da moeda", acrescentou Sanz logo antes da reunião com o responsável pelo banco emissor.

Nenhum comentário: