quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Crise no Banco Central da Argentina chega ao Congresso

O presidente do Banco Central argentino, Martín Redrado, que luta na Justiça para se manter no cargo, do qual foi removido por decreto no último dia 8 pela presidente peronista populista Cristina Kirchner, deu na quarta-feira sua versão dos fatos para a comissão do Congresso que deve decidir a questão. Cristina Kirchner apontou "má conduta e descumprimento dos deveres" por parte de Redrado, que se opunha a transferir US$ 6,5 bilhões das reservas do Banco Central a uma conta do Tesouro, para pagamento de parte da dívida externa. A transferência havia sido determinada por decreto em dezembro. Ao exonerar Martin Redrado, a peronista populista Cristina Kirchner ignorou a exigência que a legislação argentina impõe ao Executivo de ouvir uma comissão do Congresso antes de remover a diretoria do Banco Central. Essa lacuna permitiu a Redrado voltar ao cargo, por força de uma medida judicial. Na semana passada, Cristina recuou e pediu à comissão que se reunisse. Após o pedido, uma corte de segunda instância suspendeu a liminar (decisão provisória) que mantinha o presidente do Banco Central no posto. Na terça-feira, Redrado ensaiou resistência ao enviar à comissão uma carta em que reivindicava, antes de ser ouvido, a revogação do decreto presidencial. Ele argumentou que não havia sentido uma consulta sobre decisão já tomada. A carta de Redrado desagradou a comissão, presidida pelo vice-presidente do país, Julio Cobos, que acumula a presidência do Senado e está rompido com a populista peronista Cristina Kirchner. Cobos é acusado pelo governo de ter dado apoio para a insubmissão de Redrado.

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