quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Secretário da Educação argentino renuncia depois de defender ditadura

O secretário de Educação da província de Buenos Aires, Abel Posse, renunciou ao cargo nesta quarta-feira, apenas 12 dias depois de tomar posse, em consequência da grande polêmica que criou ao defender a ditadura militar e afirmar que os jovens "estão drogados e estupidificados pelo rock". Abel Posse, de 75 anos, escritor e ex-embaixador argentino na Espanha (2002-2004) e outros países, confirmou o pedido de demissão no governo da capital do prefeito Mauricio Macri. Ele afirmou que não se arrepende das declarações polêmicas: "Me equivoquei nos tempos, mas não cedo absolutamente nas idéias e rejeito a desqualificação que me fizeram porque é improcedente. Ganhou a prepotência disfarçada de democracia". Dias antes de assumir, Abel Posse afirmou em um artigo para o jornal "La Nación" que "estão ilegitimamente detidos os militares que conseguiram aniquilar a guerrilha em dez meses", entre outras frases polêmicas. Ele se referia aos julgamentos contra militares por graves violações aos direitos humanos durante o regime militar (1976-1983), que deixou 30 mil desaparecidos. O general da reserva Luciano Benjamín Menéndez, um dos repressores mais emblemáticos da ditadura, citou na semana passada o artigo de Abel Posse em sua defesa antes de ser condenado pela terceira vez a prisão perpétua por crimes contra a humanidade durante o regime militar.

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