sábado, 19 de dezembro de 2009

Justiça Federal rejeita parte da denúncia do vazamento da prova do Enem

A Justiça Federal rejeitou na última quarta-feira parte da denúncia do Ministério Público Federal contra as cinco pessoas acusadas de envolvimento no vazamento da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), em outubro. O caso é mantido sob sigilo, mas a informação foi confirmada nesta sexta-feira. A Procuradoria acusou o grupo de peculato (furto praticado por servidor público), corrupção passiva (exigir vantagem indevida) e violação de sigilo funcional, mas o juiz substituto da 10ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Márcio Rached Milani, recebeu apenas a acusação por corrupção e violação. Apenas Felipe Pradella, apontado como mentor do vazamento, será julgado também por extorsão. Para a Polícia Federal, ele foi o autor de ameaça de morte feita a jornalista do "Estado de S. Paulo", a quem havia tentado vender a prova. Os cinco acusados são Pradella, Felipe Ribeiro e Marcelo Sena, funcionários da Cetro (uma das três empresas que compõem o consórcio Connasel, responsável pela elaboração e aplicação do Enem), o empresário Luciano Rodrigues, dono de uma pizzaria nos Jardins, e o DJ Gregory Camillo de Oliveira Craid. O Ministério da Educação suspendeu a prova do Enem, que deveria ocorrer nos dias 3 e 4 de outubro para 4,1 milhões de estudantes, após o conteúdo das questões vazar. Uma nova empresa foi contratada para aplicar a prova, realizada nos dias 5 e 6 de dezembro com abstenção recorde e erro no gabarito oficial. O vazamento do conteúdo provocou um prejuízo de aproximadamente R$ 45 milhões aos cofres públicos, e com o adiamento, dezenas de universidades decidiram não usar o desempenho no exame como parte do processo seletivo.

Nenhum comentário: