terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Judeus denunciam violação de túmulos em Buenos Aires

Seis túmulos de um cemitério judaico de Buenos Aires foram violados e destruídos entre a noite de domingo e a manhã desta segunda-feira, denunciou o secretário-geral da Amia (Associação Mútual Israelita Argentina), Julio Schlosser. O cemitério, chamado Liniers, fica na região oeste da cidade. "Ficaram destruídos completamente. Levantaram as tampas das tumbas e escavaram a terra, algo que nunca havia sido visto", disse ele. Conforme Schlosser, ainda não é possível afirmar se o ataque teve cunho antissemita "ou se foram alguns loucos que entraram no cemitério". Ele ressaltou achar que a ação é "profundamente preocupante". "Não podia crer no que viam meus olhos, a terra revolta das tumbas. Isso é algo que não tem explicação", disse. No mesmo cemitério, no ano passado, foram encontrados símbolos antissemitas pintados, conforme Schlosser. Buenos Aires foi palco de uma ataque contra a embaixada de Israel, em 1992, que deixou 29 mortos. Dois anos mais tarde, outro ataque destruiu a sede da própria Amia, matando 85. Há cerca de 300 mil judeus na Argentina, a comunidade mais numerosa da América Latina. Um dos denunciados pelo tenebroso ataque à Amia, em 1994, é o atual ministro da Defesa da república fascista islâmica do Irã, que tem um pedido internacional de prisão contra ele, formulado pela Justiça argentina. Neste país, dominado por políticas populistas, o peronismo cultiva tradicionalmente sentimentos contra os judeus, apesar de ter nas suas fileiras grupelhos trotskistas. E isso é uma grande ironia, porque Leon Trotsky era judeu. Mas os seguidores de Trotsky, chamados de trotskistas, reunidos na 4ª Internacional comunista, são abertamente antissemitas.

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