terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Funcionários do Tribunal de Contas gaúcho exigem que conselheiros se oponham à posse do deputado estadual Marco Peixoto

Os funcionários do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul realizaram na tarde desta segunda-feira uma assembléia na qual exigem que os conselheiros da instituição não empossem o deputado estadual Marco Peixoto (PP) como conselheiro da Casa. O encontro dos funcionários aprovou quatro medidas que foram encaminhadas ao presidente do Tribunal de Contas, conselheiro Porfírio Peixoto. A assembléia aconteceu no térreo da instituição, enquanto no quarto andar os conselheiros estavam reunidos para deliberar os próximos passos do Tribunal de Contas e também para discutir a possível nomeação de Marco Peixoto. O deputado pode ter sua indicação para o tribunal aprovada na quinta-feira pela Assembléia Legislativa. Na sabatina a que foi submetido, apesar de a mesma ter se revestido do caráter de uma ação entre amigos, ele se revelou totalmente incapacitado para exercer o cargo. O nome do deputado estadual Marco Peixoto é visto com desconfiança, pois áudios divulgados pela CPI do PT indicam sua ligação umbilical com réus da Operação Rodin, que apurou corrupção no Detran gaúcho. Aliás, o filho de Marco Peixoto era detentor de cargo em comissão (CC) no Detran e foi demitido da autarquia como consequência de uma sindicância na autarquia. Até hoje ninguém disse por que foi instaurada essa sindicância, e quais os seus resultados. Na reunião dos funcionários foi aprovada uma nota que pede que seja criada uma forma de regulamentação legal para a escolha de futuros conselheiros. Os funcionários querem que futuras indicações levem em consideração as exigências constitucionais. Segundo a constituição, para que alguém seja nomeado para o cargo deve ter conduta ilibada e idoneidade moral, além de ter notório conhecimento técnico para a função que irá assumir. A segunda medida aprovada pede que os conselheiros deliberem contra o sabatinado, negando a posse a Marco Peixoto. O Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul está cavando a sua sepultura há muito tempo. Os próprios funcionários, que agora se apresentam como cavaleiros defensores da ética e da moralidade, insubordinaram-se em 2002 e não realizaram a auditoria extraordinária que deveria auditar a corrupção no lixo de Porto Alegre, nos anos de 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998 e 1999, limitando-se a auditar as contas de 2000 e 2001. O exame das contas de apenas estes dois anos resultou na condenação do petista Darci Barnech Campani ao pagamento (devolução) de cerca de um milhão de reais ao DMLU (Departamento Municipal de Limpeza Urbana). Darci Barnech Campani foi o todo-poderoso, o imperador do lixo durante a dinastia petista na prefeitura de Porto Alegre, que durou 16 anos. Ele comandou a autarquia do lixo durante 13 desses 16 anos. A denúncia apresentada ao Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, inteiramente redigida pelo editor de Videversus, jornalista Vitor Vieira, continha até uma panilha que mostrava, inclusive nos centavos, o desvio de mais de 50 milhões de reais do DMLU nos então 12 anos de gestão petista. Era muito mais do que o desviado do Detran. Com uma diferença, era desviado por gestões petistas. Mas, o último prefeito da dinastia petista em Porto Alegre, João Acir Verle, era um auditor externo dos quadros do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul. Isso diz alguma coisa? Hoje, esses mesmos auditores querem parecer como os criadores da chama da moralidade. Ora, vamos devagar....

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