Deputado de Brasília flagrado com dinheiro na meia deixa DEM diante da ameaça de expulsão

Ameaçado de expulsão, o deputado distrital Leonardo Prudente anunciou nesta terça-feira sua desfiliação do DEM "por questão de foro íntimo". Com isso, pelo menos desse o eleitorado está livre, porque ele não poderá concorrer no próximo ano. Prudente comunicou ainda que reassumiu à presidência da Câmara Legislativa do Distrito Federal, de onde está afastado desde quando surgiram as denúncias do suposto esquema de pagamento de propina envolvendo o governador José Roberto Arruda e parlamentares aliados. Segundo o secretário-geral do DEM no Distrito Federal, Flávio Couri, o partido pode, agora discutir se vai pedir o mandato dele na Justiça Eleitoral. "Não há mais o que ser feito sobre o Prudente. Foi uma saída voluntária. O único ponto que podemos discutir futuramente será o pedido do mandato dele de volta para o partido", afirmou ele. Prudente, que foi flagrado guardando dinheiro nas meias e fazendo oração em agradecimento pela propina, encaminhou um comunicado por fax aos integrantes do diretório do DEM no Distrito Federal que estavam reunidos para tratar de seu processo de expulsão. A reunião não chegou a ocorrer porque apenas oito dos 21 membros da executiva regional compareceram. O presidente do DEM no Distrito Federal e vice-governador, Paulo Octavio, não apareceu. Prudente havia entregue sua defesa no final da tarde desta quarta-feira. Apesar de argumentar em 14 páginas que sua defesa foi cerceada no processo porque pediu a cópia do vídeo e do inquérito e o partido negou, porque o material seria de domínio publico, o deputado distrital justifica que o dinheiro nas imagens teria sido uma doação de Durval Barbosa para as eleições de 2006. O relator do caso, o ex-senador Lindberg Cury, e o secretário-geral do DEM no Distrito Federal, Flávio Couri, elaboraram o parecer em pouco mais de meia hora.