segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Eleição coloca em xeque posição brasileira sobre Honduras

A realização de eleições em Honduras, sem que o presidente deposto, o golpista Manuel Zelaya, tenha sido restituído ao cargo, colocará o governo brasileiro diante de uma discussão delicada: como levar adiante a promessa de não reconhecer o novo presidente. A posição pública do Palácio do Planalto é de que o reconhecimento da eleição, neste domingo, significa "legitimar o golpe", que em junho forçou a saída do golpista Zelaya do poder e do país. A promessa do governo brasileiro, se colocada em prática, poderá resultar no congelamento das relações diplomáticas entre os dois países. Entre as consequências práticas estão o fechamento da embaixada e a suspensão de acordos. Segundo um diplomata brasileiro, existem ainda implicações políticas. Oficialmente o governo não tem um Plano B para Honduras. Na última quinta-feira, a Suprema Corte de Justiça de Honduras deu seu parecer sobre a questão do eventual retorno do golpista Zelaya ao poder, aconselhando os parlamentares a rechaçar a restituição do mandatário eleito, que foi classificado como "traidor da pátria". Com a recomendação da Corte, reduziu-se ainda mais a possibilidade do retorno de Zelaya ao poder. Na avaliação do governo brasileiro, uma saída seria o presidente eleito convencer sua bancada no Congresso a aprovar a restituição de Zelaya.

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