sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Pedido de vista adia sabatina de Wilson Trezza no Senado Federal

A Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal adiou nesta quinta-feira a sabatina de Wilson Trezza, indicado pelo presidente bolivariano Lula para a diretoria-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Trezza foi indicado para o cargo depois do afastamento do delegado federal aposentado Paulo Lacerda, que deixou o comando da agência em meio à crise que atingiu o órgão durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal. Trezza chegou a comparecer à comissão para ser sabatinado, mas o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) pediu vista ao relatório com a sua indicação para a Abin, o que automaticamente adiou a sabatina e a votação do texto. Na frente de Trezza, o senador Heráclito Fortes fez duras críticas ao atual modelo da Abin, sem responsabilizar diretamente o futuro novo diretor: "Nada contra o doutor Trezza, mas tivemos os aloprados, o Mensalão. Esse órgão, que é estratégico, de auxílio, transformou-se num antro de arapongas a bisbilhotar a vida das pessoas, inclusive de parlamentares. Vários senadores, entre os quais me incluo, também o senador Demóstenes Torres, tiveram suas vidas bisbilhotadas de maneira ilegal por arapongas da Abin". O senador Heráclito Fortes disse que decidiu adiar a sessão para que os parlamentares reflitam sobre a necessidade de reformulação da Abin depois da Operação Satiagraha: "A minha proposta é uma reformulação nesse projeto da Abin. Talvez se, reformulado, o doutor Trezza tenha o perfil ideal. Ele não é parte na questão, pelo contrário. Foi o melhor momento que a Abin viveu no atual governo. O primeiro diretor, Mauro Marcelo, foi afastado da Abin em situação nebulosa. O segundo, Paulo Lacerda, está em asilo dourado em Portugal, tomando vinho da terra e rindo do que aconteceu aqui. É um antro de arapongas". Desde setembro do ano passado, Trezza substitui interinamente Paulo Lacerda, que foi afastado após denúncias de que autoridades dos três Poderes haviam sido alvo de escutas telefônicas ilegais, entre elas o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes.

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