quarta-feira, 23 de setembro de 2009

UNESCO elege búlgara, fascista candidato do Brasil é derrotado

O conselho executivo da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) elegeu nesta terça-feira a diplomata de carreira Irina Bokova, da Bulgária, como futura diretora-geral da agência, em uma votação apertada na qual ela derrotou o polêmico ministro da Cultura egípcio, Faruk Hosni, cujo favoritismo inicial foi abalado por uma antiga ameaça que fizera de queimar livros israelenses. Na quinta rodada de votação secreta, iniciada na última quinta-feira, quando havia nove candidatos, Bokova, atual embaixadora búlgara na França, derrotou Hosni por 31 a 27, entre os 58 membros do conselho. A disputa foi apertada e acompanhada de perto, com muita negociação diplomática de bastidores a cada rodada, alegações de fraude e uma persistente polêmica em torno da candidatura de Hosni. Críticos levantaram o histórico de censura cultural de Hosni e acusaram-no de ser anti-israelense. Bokova e Hosni empataram na votação de segunda-feira à noite, e se a votação desta terça-feira também ficasse empatada, os conselheiros poderiam escolher o novo diretor por sorteio. Bokova será a primeira mulher e a primeira pessoa do antigo bloco soviético a dirigir a Unesco. Uma das personalidades mais populares do Partido Socialista da Bulgária (ex-comunista), ela estudou em Moscou, fez especialização na Universidade Harvard e foi ministra das Relações Exteriores de seu país por um breve período entre 1996 e 1997. Candidata à vice-presidência de seu país em 1996, ela ajudou a negociar a entrada da Bulgária na União Européia e na Otan (aliança militar ocidental) e era a representante permanente de seu país ante a Unesco. Seu mandato de quatro anos começará 15 de novembro, quando substituirá o japonês Koichiro Matsuura. O processo de eleição do novo diretor-geral será concluído quando a 35ª Conferência Geral da Unesco, que será realizada de 6 a 23 de outubro, se pronunciar, também por voto secreto, sobre o candidato surgido da votação no conselho executivo. A coleção de derrotas do chanceler brasileiro Celso Amorim é uma coisa impressionante. Agora, mais uma, com a vitória da búlgara Irina Bukova para a secretaria-geral da Unesco. O candidato do Brasil era o egípcio anti-semita Farouk Hosni. O brasileiro Márcio Barbosa, diretor-adjunto da Unesco, era o nome preferido dos Estados Unidos e de vários países europeus, mas Celso Amorim não quis saber dele, supostamente porque ele seria muito “próximo dos tucanos”. No dia 19 de maio, Amorim ciceroneou Hosni em sua viagem ao Brasil. Ele explicou por que o Itamaraty decidiu desprezar o candidato brasileiro e apoiar o egípcio: a opção por Hosni, justificava, fazia parte da política de aproximação com países árabes e africanos. Não só isso: o chanceler brasileiro dizia que o Brasil precisava do apoio dessas nações para as candidaturas do Rio de Janeiro a sede das Olimpíadas de 2016 e da ministra Ellen Gracie, do Supremo Tribunal Federal, para a corte de apelação da Organização Mundial do Comércio (OMC). Ellen não foi indicada. O candidato do iluminado Celso Amorim disse: “Eu queimaria pessoalmente qualquer livro israelense que se encontrasse nas bibliotecas do Egito”. E olhe que o sujeito era ministro da Cultura do Egito. Que tal? Com um currículo dessa ordem, queria dirigir o órgão da ONU dedicado à educação e cultura. Certamente, o Itamaraty enlouqueceu completamente na gestão petista. Agora a nossa diplomacia já apóia a candidatura de um queimador de livros.

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