quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Tanzânia condena três à morte por matar albino para fazer feitiço

Três homens foram condenados à morte nesta quarta-feira pela Justiça de Shinyanga, uma cidade do noroeste da Tanzânia, por terem matado Matatizo Dunia, um albino de 13 anos que teve as pernas cortadas e vendidas a praticantes de magia negra. Esta é a primeira vez que a Tanzânia condena cidadãos por assassinar albinos. Desde dezembro de 2007, ao menos 53 albinos foram mortos no país e tiveram pedaços dos corpos usados em feitiçaria. Os homicídios, conforme as autoridades, foram motivados por crenças supersticiosas. O juiz Gabriel Rwakibalila leu as sentenças de Masumbuko Matata, Emmanuel Masangwa e Charles Karamugi em menos de uma hora, após um julgamento que durou 52 dias, recorde na Tanzânia, país no qual o Judiciário é extremamente lento e onde um processo costuma demorar anos para acabar. Na Tanzânia, quem mata albinos consegue vender os órgãos internos, extremidades e outras partes dos corpos por até 10 milhões de xelins tanzanianos (quase R$ 14 milhões). Os compradores são feiticeiros, que utilizam os restos humanos na elaboração de "poções mágicas". Para os bruxos da Tanzânia e de outros países do leste da África, as poções preparadas com partes dos cadáveres de albinos trazem "sorte no amor, na vida e nos negócios".Mais de 90 pessoas, incluindo quatro policiais, já foram presas sob acusação de envolvimento nos crimes.
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