terça-feira, 1 de setembro de 2009

Receita Videversus – aprenda a fazer um frango com sálvia com a chef de cuisine Simone Nejar

Duvido que alguém no Planeta goste mais de cozinhar do que eu! A culinária me encanta desde que me reconheço por gente. Hoje quero relembrar da minha avó, talvez responsável por isso, pois me deu uma batedeira quando eu tinha apenas quatro anos de idade. Foi um dos presentes de que eu mais gostei. Uma batedeira que funcionava de verdade, nas mãos de uma menina que vivia bisbilhotando na cozinha! Foi quando eu fiz o meu primeiro bolo, um daqueles de caixinha, sabor limão. Desde aquele dia, eu nunca mais parei de cozinhar. A combinação de temperos, o aroma das especiarias, a mistura de cheiros e sabores é algo que me fascina desde pequena. Tenho uma horta de temperos na sacada da minha casa. O espaço é quase todo ocupado pelos vasos: alecrim, manjerona, orégano, tomilho, sálvia, hortelã, salsinha, cebolinha, aipo e, é claro, muito manjericão. Confesso que eu não viveria sem os meus temperos, pois eles fazem parte da minha história de vida. Uma comida sem tempero é como uma vida sem amor. E quem me conhece bem, sabe disso. “O prazer da comida é o único que, desfrutado com moderação, não acaba por cansar”, disse Brillat-Savarin. Aproveito para recomendar o filme grego “O Tempero da Vida”, do diretor Tassos Boulmetis, uma obra de rara sensibilidade, e que ensina muito sobre essa relação entre a culinária e a vida. Um filme essencial para quem gosta de cozinhar. A beleza das cenas, a sabedoria das palavras do avô de Fanis, o protagonista, e a paixão deste pela culinária, são notáveis. Muito mais do que um filme, é uma lição de vida. A família reunida na cozinha, as conversas divertidas, as discussões filosófico-culinárias e o final surpreendente, além do protagonista Georges Corraface, que faz jus à expressão “deus grego”. Aliás, a família grega em muito se assemelha à italiana, e aí lembro dos filmes “Casamento Grego” e “Parente é Serpente”, este último italiano, outras sugestões boas, não tão filosóficas, mas muito divertidas, pelas caricaturas humanas dos personagens. E já que falamos em tempero, a sugestão de hoje é incrementar pedaços de peito de frango com uma quantidade excessiva de sálvia, de preferência, colhida na hora. Precisamos de meio quilo de peito de frango cortado em tiras, um dente de alho esmagado, dois ovos batidos, uma colher de sopa cheia de uma mostarda forte, farinha de rosca, uma xícara de folhas frescas de sálvia rasgadas grosseiramente, sal, pimenta do reino e óleo para fritar. Temperamos os pedaços de frango com algumas horas de antecedência, colocando-os de molho numa tigela em que misturamos os ovos batidos, a mostarda, o alho, a pimenta, o sal e as folhas de sálvia. Deixamos tomar gosto por algumas horas na parte baixa da geladeira. A seguir vamos passar os pedaços pela farinha de rosca e fritá-los em óleo quente. A sálvia frita tem um sabor maravilhoso. Os italianos costumam empanar folhas grandes de sálvia em ovos e farinha, fritá-las e servir como aperitivo. Fica, realmente, maravilhoso. Se você não encontrar sálvia fresca, reduza a quantidade e use da seca, mesmo.

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