quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Presidente petista da Assembléia gaúcha patrocina espetáculo surrealista de impeachment da governadora

O presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, o deputado estadual petista Ivar Pavan, aceitou nesta quinta-feira o pedido de impeachment da governadora Yeda Crusius (PSDB), apresentado por uma entidade petista, o Fórum dos Servidores Públicos Estaduais do Estado, formado por um conjunto de sindicatos e associações corporativistas, quase todos petistas. O processo de impeachment não tem a menor possibilidade de prosperar, mas o petista Ivar Pavan não perdeu a oportunidade para colocar em marcha a campanha eleitoral petista de Tarso Genro, candidato ao governo do Estado no próximo ano. Agora o processo poderá ser levado, em última instância, até o Plenário do parlamento gaúcho, que é tudo com que sonho o PT. O processo é surrealista. Por que é surrealista? Porque tem como base as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal à 3ª Vara Federal de Santa Maria, comandada pela juíza Simone Barbisan Fortes (ela já foi estagiária no gabinete do então vereador petista Paulo Pimenta em Santa Maria). O que os petistas pretendem ver como indício de forte prova contra a governadora Yeda Crusius? Ora, as conversas do mal-afamado “lobista” Lair Ferst, réu na ação penal da Operação Rodin, que apurou desvio de mais de 44 milhões de reais do Detran gaúcho, a grande maioria desses recursos no governo peemedebista de Germano Rigotto. O que aconteceu com Lair Ferst, delator assumido para receber benesses da Justiça Federal? Ele foi colocado para fora do esquema de desvio de recursos públicos do Detran durante o governo de Yeda Crusius. Ou seja, não pôde continuar mamando em recursos públicos desviados. O que ele fez então? Marcou um encontro com o ex-chefe de escritório do Rio Grande do Sul em Brasília, Marcelo Cavalcanti (que vivia às custas de Lair Ferst), e então gravou uma série de conversa, pretendendo envolver a governadora Yeda Crusius. Até a juíza Simone Barbisan Fortes desdenhou destas “provas” e não concedeu os pedidos feitos pelo Ministério Público Federal em relação à governadora Yeda Crusius. É inacreditável.... Aí o presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, um dos poderes do Estado, retoma o mesmo rumo e abre processo de impeachment com base nesses “provas”, de um delator. Já houve época em que as esquerdas no Brasil abominavam “delatores”, hoje elas se abraçam com os “delatores”. A isso ficou reduzida a político no Rio Grande do Sul. E tudo por causa dos espertos deputados e das direções estaduais do PMDB, PDT e PP, que fizeram um acordo para dar um ano de presidência da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul ao PT. É por causa de espertos assim que o Rio Grande do Sul chafurda na lama da falta de ética e da corrupção. O deputado Ivar Pavan também diz ter se baseado nas conversas telefônicas para abrir o processo de impeachment contra a governadora Yeda Crusius. Ora, é de uma estupidez total, e ainda diz que foi assessorado pelos procuradores da Assembléia (não é de estranhar, porque esses procuradores foram os mesmos que deram assistência ao processo disciplinar do ex-diretor Macalão, demitido de maneira ilegal e reintegrado por ordem judicial). Sobre as conversas telefônicas: a presença delas na ação civil pública é totalmente inconstitucional (Artl 5º da Constituição Federal, Inciso XII, regulamentado pela Lei Federal nº 9296, conhecida como Lei das Interceptações Telefônicas, que diz que interceptações só podem ser autorizadas para investigações e provas em processos penais que envolvam pena de detenção). A interceptação de telefones não pode ser usada para processo cível, e ainda menos para um de improbidade administrativa, que nem crime é. Resultado: parece que é preciso mandar os procuradores da Assembléia de volta para a Faculdade. Quando ao deputado Pavan, ele é inculto, sem educação, mas é um petista esperto, que pretende tirar todo o proveito eleitoral de sua decisão em favor da campanha do petista Tarso Genro ao governo do Estado.

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