quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Polícia Civil gaúcha descobre novas ações de grupos neonazistas em Caxias do Sul

A 1ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre descobriu novas ações de grupos neonazistas na serra gaúcha. O plano seria matar um jovem na região de Caxias do Sul. Os executores do assassinato são integrantes de um novo grupo, chamado Neuland, criado há cerca de um ano, e que em maio deste ano teve materiais apreendidos em cinco cidades do Estado, como facas, bombas e livros sobre nazismo. A pessoa a ser assassinada pertence a um grupo neonazista rival da cidade de Caxias do Sul. O delegado Paulo César Jardim destaca como seria a execução, com base em depoimento de um dos líderes do grupo: “Ele confessa que havia um plano de matar um dos líderes do movimento neonazista aqui do Rio Grande do Sul, esse líder da região de Caxias. Esta morte seria na casa dele. Eles fariam um churrasco, convidariam esta pessoa para fazer parte do churrasco e lá ela seria executada”. Conforme a investigação, o mandante do crime seria o economista paulista Ricardo Barollo (na foto) suspeito de
ser mandante de duplo homicídio ocorrido neste ano, no Paraná. Ele teria ordenado a execução de matar o casal nazista Bernardo Dayrell, 24 anos, e Renata Waeschter Ferreira, 21 anos, que era contrário aos ideais do novo grupo (leia mais sobre o caso clicando aqui). Outro suspeito, um gaúcho, também preso pelo duplo homicídio, é apontado na inquérito como o integrante do Neuland que seria responsável de executar o plano para matar o dissidente gaúcho. O delegado Paulo César Jardim garante que o inquérito continua, já que o objetivo da Polícia gaúcha é evitar novas ações e crimes de neonazistas. A polícia também descobriu o local onde seria a execução: o chamado Quartel General (QG) deste novo grupo, que fica no distrito de Galópolis, em Caxias. Nesta residência, chegaram a ocorrer este ano pelo menos seis festas neonazistas, inclusive uma em abril para comemorar o aniversário de Adolf Hitler. De acordo com a polícia, o grande objetivo dos integrantes gaúchos neste ano era participar de ataques a sinagogas em São Paulo e produzir muitas mortes de judeus. Um militar do Exército está sendo investigado. Ele seria o responsável pelo treinamento dos cerca de 50 integrantes no Estado do Rio Grande do Sul, e pela fabricação de bombas. Algumas das armas do grupo nazista Neuland, provenientes da Argentina, eram adquiridas por intermédio deste militar.
Cronologia

Relembre os principais pontos da prisão de Ricardo Barollo:
20 de abril – Bernardo Dayrell Pedroso, 24 anos, e Renata Waechter Ferreira, 21, são mortos em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, quando saíam de uma festa em homenagem ao ditador alemão Adolf Hitler.
2 de maio – Depois da publicação de uma matéria da Gazeta do Povo revelando que o casal foi morto em uma disputa de poder dentro do movimento neonazista, a polícia apresenta seis pessoas acusadas de terem planejado e executado o crime contra o casal.
6 de maio – A Polícia Civil promove a reconstituição do crime.
12 de maio – O Ministério Público do Paraná indicia os seis acusados por homicídio e apologia ao nazismo.
2 de julho – O Tribunal de Justiça acata o pedido de habeas-corpus impetrado pela defesa de Ricardo Barollo, acusado de ser mandante do crime.
3 de julho – Barollo é liberado para responder ao processo em liberdade.

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