quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Ministério Público Militar denuncia 89 controladores de vôo por motim de 2007

O Ministério Público Militar ofereceu denúncia à Justiça contra 89 controladores de vôo envolvidos na paralisação do tráfego aéreo em Brasília, no dia 30 de março de 2007. Todos os 89 militares foram denunciados por atentado contra o transporte. Dois deles devem responder também por incitamento, outros dez por motim e 77 por terem permanecido nos locais em que eram desenvolvidas as atividades de rebeldia. O motim dos controladores interrompeu todos os vôos do País por 30 horas. Após o desastre com o Boeing da Gol que se chocou no ar com um jatinho Legacy em setembro de 2006, os controladores militares iniciaram protestos contra suposto excesso de trabalho, falhas nos equipamentos e defasagem tecnológica dos Cindactas (Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo) apontados como motivos para o motim. Segundo a Procuradoria Militar, o "apagão aéreo", resultado das manifestações dos controladores, deixou milhares de pessoas nos aeroportos do País sem perspectiva de embarque, gerando grandes prejuízos e reflexos além das fronteiras brasileiras. De acordo com o Ministério Público Militar, os controladores escolheram o dia 30 de março de 2007 pois na data haveria uma confraternização no Cindacta I, o presidente da República, o vice-presidente, José Alencar, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o então ministro da Defesa, Waldir Pires, estariam fora de Brasília, e o comando da Força Aérea acabara de ser trocado. Para a Procuradoria, ficou evidente que o motim foi premeditado, com grande planejamento e envolvimento direto da ABCTA (Associação Brasileira dos Controladores do Tráfego Aéreo). Segundo o MPM, os dez militares denunciados por motim agiram contra ordem superior e descumpriram norma técnica ao não efetuar o controle de tráfego aéreo sem motivo justo. Os dois denunciados por incitamento incorreram em crime pois tiveram participação decisiva na preparação e no êxito do movimento. Já os 77 denunciados por terem permanecido nos locais em que eram desenvolvidas as atividades de rebeldia demonstraram, para o MPM, inequívoca aprovação e cooperação com a empreitada criminosa. Todos os 89, segundo o Ministério Público Militar, praticaram atentado contra o transporte ao impedir a navegação aérea.

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