sábado, 12 de setembro de 2009

Justiça gaúcha manda soltar 234 presos de albergue de Porto Alegre

A “superlotação e a insuficiência de investimentos” em presídios gaúchos levou a Justiça do Rio Grande do Sul a mais uma decisão patética e melancólica. Na sexta-feira, a Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre determinou o cumprimento de prisão domiciliar para 234 presos do regime aberto que estavam na Casa do Albergado Padre Pio Buck, em Porto Alegre. Foram beneficiados apenas detentos sem condenação por crime hediondo e não reincidentes em crimes cometidos com violência ou grave ameaça, diz a Justiça. A medida atinge cerca de 40% dos presos do Pio Buck e reduz a massa carcerária a números equivalentes à capacidade máxima, em torno de 370 apenados. A decisão de aplicar a prisão domiciliar a presos do Pio Buck, conforme a Justiça, se deve à superlotação, mistura de presos dos regimes aberto e semiaberto no mesmo ambiente e às precárias condições estruturais da casa. Na decisão, os juízes Luciano André Losekann e Adriana da Silva Ribeiro afirmam que a casa está "empanturrada" de presos, falta comida, colchões e material de higiene, os presos se reúnem para consumir drogas à noite e, para completar, o Pio Buck é o campeão em fugas, 840 nos últimos 12 meses. Parece que os dois juízes descobriram a América, em substituição a Cristóvão Colombo. Diante de decisões judiciais como essa, os moradores da Grande Porto Alegre têm que fazer como na música de Chico Buarque de Holanda: “chame o ladrão”.

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