quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Governadora Yeda Crusius faz mudanças na Casa Civil, Educação, Relações Institucionais e Secretaria-Geral

A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), anunciou nesta quarta-feira uma série de mudanças no primeiro escalão de seu governo, envolvendo a Casa Civil, Secretaria da Educação e Secretaria-Geral de governo. José Alberto Wenzel (PSDB) foi anunciado como novo secretário de Relações Institucionais, no lugar de Celso Bernardi, que vai transferido para uma diretoria do BRDE. Na chefia da Casa Civil, de onde sai Wenzel, entra o ex-presidente da Assembléia Legislativa e do IPE (Instituto de Previdência do Estado), diretor do BRDE, Otomar Vivian (PP). A diretora-presidente da Fepam, Ana Pellini, assume a Secretaria-Geral de governo no lugar de Erik Camarano. Por último, Ervino Deon (PSDB), ex-secretário de Educação de Cachoeirinha, substitui Mariza Abreu (PSDB) na secretaria de Educação. Ficou evidente nesta alteração que a governadora Yeda Crusius privilegiou o PP na nova composição, já que o PMDB, declaradamente, sairá do governo para ter um candidato próprio no próximo ano. O novo chefe da Casa Civil, ex-deputado estadual Otomar Vivian, é um amigo próximo de Antonio Dorneu Maciel, réu na ação penal da Operação Rodin, e considerado um dos líderes do esquema de desvio de recursos do Detran gaúcho. Eles costumavam manter reuniões de trabalho no prédio do Centro de Saúde Mãe de Deus na Avenida Carlos Gomes, em Porto Alegre. A maior perda na troca de secretariado é a de Marisa Abreu, da Educação. A saída dela do cargo deixa a melancólica constatação de que mais um governo se findou, em 31 anos de história recente do Rio Grande do Sul, e ninguém conseguiu mexer no famigerado Plano de Carreira do Magistério gaúcho, editado por um coronel da ditadura militar, defendido com unhas e dentes pelo sindicato petista Cpers, e que se constitui no mausoléu da educação pública gaúcha. O prejuízo mínimo que ele causou se constitui na perda de dois anos letivos por conta de greves políticas irresponsáveis. Marisa Abreu pediu as contas porque não encontrou respaldo para fazer uma reforma que é absolutamente necessária e inadiável, mas que não acontece nunca por conta da covardia abissal da classe política gaúcha, e da falta de senso histórico dos políticos do Estado. Ervino Deon, seu substituto, é um nome apenas para preencher o tempo que falta até o fim do governo. Falta-lhe história para ocupar um cargo tão importante. Já a passagem de Celso Bernardi para o BRDE tem dois objetivos: 1) contempla o velho chefe do PP com uma gorda remuneração (ele também é amigo de Antonio Dorneu Maciel) e permite que o PSDB tenha o controle de um espaço político que age diretamente com os prefeitos. A escolha de Ana Pelini (agente fiscal aposentada da Secretaria da Fazenda) para a Secretaria Geral de Governo, retirando-a da presidência da Fundação Estadual do Meio Ambiente, premia um personagem que é intimamente ligada a duas figuras que trouxeram grandes desgastes políticos para o governo de Yeda Crusius: 1) Cesar Busatto; 2) o deputado federal José Otávio Germano (PP), agora denunciado na ação civil de improbidade administrativa do Ministério Público Federal no âmbito da Operação Rodin. Ana Pelini está ligada a Cesar Busato por ter sido sua chefe de gabinete quando o mesmo foi secretário da Fazenda no governo Antonio Britto (PMDB). Cesar Busatto é aquele que disse ao vice-governador Paulo Afonso Feijó (DEM) que os partidos se financiavam com os botins em órgãos públicos, e por caiu da chefia da Casa Civil (hoje é secretário do governo de Cesar Schirmer em Santa Maria). Ana Pelini também está ligada a José Otávio Germano por ter sido diretora geral da Secretaria da Segurança no governo de Germano Rigotto (PMDB), quando o deputado federal do PP era secretário. Nesse período, Ana Pelini foi incapaz de perceber o esquemão de roubalheira que estava instalado no Detran, subordinado diretamente a José Otávio Germano e a ela própria. Na presidência da Fepam, Ana Pelini deixou marcada a sua gestão por negar a entrega de documentos para jornalista, para que o mesmo pudesse investigar as liberações duvidosas de licenciamentos para aterros industriais no Estado do Rio Grande do Sul. Por essa razão ela está denunciada junto ao Ministério Público Especial do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul.

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