terça-feira, 29 de setembro de 2009

Embaixada da Venezuela no Brasil vira palanque

O Brasil está mesmo virando a casa da mãe Joana para todos os bolivarianos. No início da semana passada, os chefes de escritórios dos Estados em Brasília receberam o seguinte ofício assinado por Carlos do Patrocínio Silveira, presidente do Fórum Nacional dos Representantes dos Estados e secretário de representação do governo do Estado do Tocantins: "Senhor Representante, Informamos a Vossa Excelência que o embaixador da Venezuela, Júlio Garcia Montoya, convidou para participar de uma reunião no dia 24 de setembro de 2009, quinta –feira, às 16h. Se não puder comparecer, pode indicar um Assessor. O local da reunião é na sede da Embaixada da Venezuela - SES – Av. das Nações, quadra 803 – Lote 03 – Brasília /DF. Por gentileza, queira confirmar presença pelos telefones (61) 3225 – 7702/ 3224 – 5716 com Dolores, Márcia, Eliana e Lilian." Um dos chefes de escritório telefonou para a embaixada, interessado em saber qual seria a pauta do encontro. Disseram que não havia pauta. Compareceram cerca de 30 pessoas - a maioria, assessores dos chefes de escritórios. Para espanto delas, o embaixador fez uma “palestra-denúncia” sobre “A instalação de bases militares, navais e aéreas estado-unidenses na Colômbia e suas implicações como ameaça à paz, estabilidade e soberania da região”. Projetou gráficos e tabelas. Foi contundente em dizer que o novo acordo firmado pelos Estados Unidos com a Colômbia não se limita a ao combate ao narcotráfico, mas faz parte de “uma estratégia de dominação territorial, controle por parte do império americano dos recursos hídricos e de rotas marítimas e de destruição do processo de integração da América Latina”. Apresentou também um mapa mundi onde estavam assinaladas todas as bases militares americanas. A palestra durou cerca de 15 minutos no auditório da embaixada. Depois foi oferecido um coquetel. E o embaixador presenteou cada um dos seus convidados com um exemplar do livro “Pequena Veneza”, publicado pela construtora Odebrecht. Isso é atividade diplomática ou pura peroração ideológica de baixo nível?

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