domingo, 20 de setembro de 2009

Agaciel Maia nega sua responsabilidade sobre atos secretos emitidos pelo Senado Federal

Às vésperas de voltar ao Senado Federal, o ex-diretor-geral da Casa, o inefável Agaciel Maia, afirmou na sexta-feira que está "tranquilo" para retomar suas funções. Apontado como pivô das irregularidades administrativas da Casa nos últimos 14 anos, ele disse que nada foi provado contra sua pessoa e que não acredita que seja demitido pela Comissão de Sindicância que apura a sua responsabilidade na edição dos atos secretos. O inefável Agaciel Maia disse ainda que vai "provar com a verdade" que nunca cometeu ilegalidade à frente da Diretoria Geral. "Eu estou tranquilo para voltar ao trabalho. Eu sou funcionário da Casa, vou cuidar das minhas atribuições normais de servidor. Se você fizer uma retrospectiva, nada se provou. Minha defesa é só a verdade. Agora, o que é massificado pela mídia, depois fica difícil provar o contrário", disse ele. O ex-diretor retorna ao trabalho no dia 28 de setembro sem que os processos administrativos a que responde tenham avançado. Nos bastidores, aliados do ex-diretor já trabalham para que ele seja aposentado, o que sinaliza que o exemplo máximo de probidade do Senado será poupado da penalidade máxima na conclusão dos processos, que é a demissão do serviço público. Para Agaciel, a denúncia de que teria comandado o esquema que evitou a publicidade de demissões administrativas utilizadas para criar cargos, nomear e exonerar parentes de senadores e reajustar benefícios não justificam a sua exoneração do Senado: "Não é questão de ser demitido. Demitido por quê?” O ex-diretor, que deixou o cargo em março depois da publicação da revelação de que ele usou um irmão para esconder da Justiça a propriedade de uma casa avaliada em cerca de R$ 5 milhões, sustentou que nenhuma denúncia foi comprovada. Agaciel voltou a dizer que foi vítima de uma disputa entre dois grupos políticos da Casa com a volta do senador José Sarney (PMDB-AP) à presidência. "Vocês falaram o negócio da casa e eu provei que estava declarada. Depois disseram que eu estava chantageando senadores. Pedro Simon (PMDB-RS) e Eduardo Suplicy (PT-SP) disseram que era mentira. Tudo é mentira. Não tem nada, não fiz nada, não tem nenhuma ilegalidade. Eu nunca fiz nada de ilegal. Como eu já disse, fui vitima de briga política dentro da casa", disse ele. Segundo o ex-diretor, ele vai continuar trabalhando na elaboração de um dicionário biográfico dos 1.308 parlamentares que já passaram pelo Senado. Dois volumes já estão prontos: "Eu vou continuar o dicionário biográfico do Senado. Apesar de dizerem que não estou trabalhando, aproveitei essa licença, que tem respaldo legal, para avançar nesse dicionário e estou com dois volumes prontos. A vida segue normal". Não é mesmo uma maravilha? O sonho de todos os brasileiros é “trabalhar” no Senado Federal.

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