quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Secretário-Adjunto da Administração gaúcho rejeita versão do denunciante Sérgio Buchmann

O Secretário-Adjunto da Secretaria de Administração do Rio Grande do Sul, Genilton Macedo Ribeiro, divulgou carta nesta terça-feira contestando as declarações feitas pelo ex-presidente do Detran, Sérgio Buchmann (auditor fiscal da Secretaria da Fazenda), para a Polícia Federal, e que ajudaram a embasar a ação do Ministério Público Federal contra a governadora Yeda Crusius (PSDB), os deputados estaduais Luis Fernando Zachia (PMDB) e Frederico Antunes (PP), o presidente do Tribunal de Contas, João Luiz Vargas, o deputado federal José Otávio Germano (PP) e mais cinco pessoas, como chefes de quadrilha dos desvios de recursos do Detran. Diz o petebista Genilton Macedo Ribeiro na sua carta: “O depoimento do ex-presidente do Detran, sr. Sérgio Luiz Buchmann menciona declarações atribuídas a mim, citando envolvimento da Sra. Governadora do Estado do Rio Grande do Sul em fraudes no Detran. Venho a público manifestar minha indignação com as afirmações mentirosas do sr. Buchmann e prestar os seguintes esclarecimentos: Aproveitando meu deslocamento ao local que vinha servindo de depósito provisório para os veículos recolhidos, no pátio do prédio da SSP, mantive um contato informal com ex-presidente do Detran. O encontro ocorreu na área externa e tinha por objetivo sugerir que ele evitasse exposição excessiva à mídia e observasse a orientação administrativa, extensiva aos demais órgãos do Executivo, de buscar apoio da equipe de comunicação do Governo para assuntos de Imprensa. Na ocasião o então presidente do Detran mostrava-se muito exaltado. 1. Não recebi qualquer pedido de membros do Governo ou da Sra. Governadora para conduzir assuntos de qualquer natureza junto ao Detran. Nas poucas reuniões onde substituía, em caráter eventual, o Secretário Titular, ouvi da Sra. Governadora a orientação e até mesmo a cobrança aos presentes para que levassem adiante os projetos que visavam implantar o “Novo Detran”, entre outros: Concurso Público, CFC Legal, Pátio Legal. 2. Não tenho ou tive convivência próxima, nem mesmo de caráter social ou profissional, com qualquer das pessoas denunciadas nos processos que apuram fraudes no Detran. 3. Não tenho fontes privilegiadas que me permitissem ter informações não acessíveis a qualquer cidadão comum, portanto qualquer comentário que eu pudesse fazer seria meramente especulativo e leviano. 4. Não é verdade que mencionei ao Sr. Sérgio Buchmann a forma e percentuais de rateio de recursos eventualmente desviados do Detran. 5. Não é verdade que mencionei pressões e chantagens sofridas pela Sra. Governadora. 6. Em nenhum momento afirmei o envolvimento ou conhecimento da Sra. Governadora com o esquema fraudulento. 7. Não é verdade que afirmei ser o “Bira Vermelho” (Carlos Ubiratan dos Santos, ex-presidente do Detran) o dono da Atento. 8. Não fiz citação sobre a compra da casa com recursos de campanha. O depoimento do sr. Sérgio Buchmann é uma peça fantasiosa e de pura ficção, própria de uma pessoa atormentada por dramas pessoais, emocionalmente instável e vivendo um momento de intensa perturbação psicológica provocada por uma paranóia que o impede de discernir um gesto de amizade de uma tocaia ou ação intimidatória. Finalmente informo que estou constituindo advogado, para buscar na Justiça a reparação dos danos a mim produzidos por tal depoimento. Atenciosamente, Genilton Macedo Ribeiro”. Espera-se, mesmo, que ele tome esta iniciativa, porque seria impensável que permanecesse no governo alguém que fala mal da sua própria governadora. Aliás, essa tendência de nomear para altos cargos funcionários públicos, especialmente da Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul, sob a pretensão de que são técnicos preparados, só pode resultar no que resulta, porque esses funcionários não têm qualquer compromisso com o ideário programático de qualquer partido, mas tão somente com o espírito corporativo.

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